UPF- Terapeutas de 4 patas: Pet Terapia está de volta


Desenvolvido pela UPF em parceria com HSVP, projeto proporciona momentos de descontração para pacientes por meio de contato com animais

Quando você tem quatro anos de idade, uma hora parece várias. Conseguir manter o foco, se divertir com apenas um brinquedo ou só em um espaço se torna uma tarefa muito difícil. Mas, assim têm sido os últimos 15 dias da pequena Alice Luísa Tonin. Internada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) com diagnóstico de tumor renal, os cuidados para que a sua saúde seja preservada são diversos. Na tarde desta quarta-feira, 5 de outubro, a equipe médica contou com uma ajudante muito especial nessa missão: a também Alice, uma cadela da raça Bernese.

O encontro da paciente e da terapeuta simboliza o retorno da Terapia Assistida por Animais (TAA), conhecida popularmente como Pet Terapia, projeto desenvolvido pela Universidade de Passo Fundo (UPF) por meio dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso e em Atenção ao Câncer, em parceria com HSVP, e Residência Profissional Integrada em Medicina Veterinária, realizada no Hospital Veterinário (HV-UPF), pausado durante a pandemia de Covid-19.

Visitante frequente da instituição de saúde desde 2017, ano de criação do projeto, Alice já atendeu mais de 400 pacientes e é conhecida pelos corredores. Mas, mesmo assim, não deixa de atrair novos olhares. Ao lado da paciente com o mesmo nome, os seus 52 kg são mais um motivo para diversão de todos, um dos propósitos da atividade. “Queremos trazer um pouco de amor, de carinho e de empatia para os pacientes que estão internados longe de casa. Mas, além deles, toda a equipe de profissionais também consegue relaxar quando vê uma Bernese tão grande quanto ela. Todo mundo afofa, dá oi e é nítido o brilho nos olhos”, conta a professora da Residência em Medicina Veterinária, coordenadora da atividade e tutora de Alice, Me. Michelli Ataíde.

Segundo o Journal of the American Association of Human-Animal Bond Veterinarians, apenas alguns minutos com os animais já pode fazer toda a diferença no tratamento: depois de 15 minutos interagindo com os pets, neurotransmissores importantes são liberados e as sensações de prazer e bem-estar estimuladas. Durante a Pet Terapia é possível ver isso na prática. “Os bichinhos estão aqui para nos ajudar sempre. Eles trazem essa nova vivência e fazem os pacientes esquecerem um pouco do branco do hospital, pensarem em coisas boas e não apenas nos problemas que enfrentam”, afirma a docente.

Sentir-se bem

A atenção é toda delas: enquanto as “Alices” caminham pela área externa do HSVP, não há um paciente ou profissional que consiga desviar o olhar e não admirar o carinho existente entre as duas. Para a humana é um momento de distração; para o animal de muito, muito carinho. “Ficamos muito felizes de ver ela assim, de sentir ela feliz, podendo desfrutar o ambiente externo e viver alguns minutos como se estivesse em casa. A Alice ama animais e tem contato diário com eles quando estamos em nosso lar, então pra ela é o máximo isso. Vendo ela feliz, nós ficamos felizes também”, conta a mãe da pequena, Pamola Tonin.

Natural de São Valentim, cidade a menos de 2 horas de Passo Fundo, Alice está em tratamento no Centro Oncológico do hospital passo-fundense, o que faz a viagem entre os municípios ser frequente. “Durante esse período de tratamento, ela fica alguns dias internada aqui e outros poucos em casa. Não sabemos como será daqui para frente, mas é muito bom que ela possa participar de atividades como essa, se divertir e entreter ao mesmo tempo”, finaliza a mãe.

Evolução constante

Residente em Medicina Veterinária com foco em Anestesiologia, a Júlia Tonioli já conhecia muito bem uma das “Alices”, a Bernese, companheira da sua professora em diversas aulas. Mas, além da alegria de conhecer a paciente Alice, ela também descobriu na prática a importância da Pet Terapia na vida de muitos enfermos. “Desde 2021 estamos nos preparando para esse momento e aguardando ansiosamente por ele, então hoje consigo ver o quão bom e gratificante ele é. Acompanhar os pacientes e as novidades positivas em relação ao projeto é algo fantástico, proporcionar esse parêntese no tratamento, no ambiente hospitalar, nos problemas”, afirma a estudante.

“É uma evolução para mim como médica veterinária e também como pessoa”, pontua Júlia ao contar sobre a importância do projeto em sua formação. “É sair do ambiente em que estou acostumada e entrar em um que é completamente fora da minha rotina. Passo o dia todo no bloco cirúrgico com animais e tudo que vivi hoje é muito diferente disso. É uma experiência que vai deixar marcas e agregar muito”, diz.

Faça parte

Além da Alice, mais animais fazem parte do projeto: são gatos, porquinhos da índia e vários outros. Mas, outros terapeutas também são convidados para integrar a equipe. Os tutores podem colocar seus pets a disposição da Pet Terapia por meio de contato com o HV-UPF pelo telefone (54) 3316-8163. Os animais passarão por um protocolo que inclui exame veterinário, vacinação e análise comportamental para verificar a aptidão para a atividade.

https://www.upf.br/noticia/terapeutas-de-4-patas-pet-terapia-esta-de-volta 

 

 

Fonte:

Assessoria de Imprensa
Universidade de Passo Fundo