Prefeito de São Bernardo é afastado do cargo após operação da PF sobre esquema de corrupção; R$ 14 milhões foram encontrados com servidor


O atual presidente da Câmara e primo do prefeito, vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), também é alvo da polícia, assim como o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB).

O prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), foi afastado do cargo por um ano após uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (14) que investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura da cidade, que fica na Grande São Paulo. Um empresário e um servidor foram presos.

A investigação começou após a polícia encontrar no mês passado R$ 14 milhões com um servidor apontado como o operador financeiro do prefeito. Segundo a PF, há indícios de corrupção e pagamento de propina em contratos com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção.

A polícia chegou a requerer a prisão de Lima, mas a Justiça negou o pedido. No entanto, determinou o afastamento dele do cargo e o uso de tornozeleira eletrônica, que será colocada logo após as buscas na casa dele.

O atual presidente da Câmara Municipal da cidade e primo do prefeito, vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), também é alvo de buscas pela polícia, assim como o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB).

Procurada, a gestão do prefeito Marcelo Lima (Podemos) não havia dado retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 também tenta localizar a defesa do vereador e do suplente.

Com o afastamento do prefeito, quem assume o comando da cidade é a vice-prefeita, Jessica Cormick, do Avante. Aos 38 anos, ela é sargento da Polícia Militar e está no seu primeiro cargo público.

Na operação, batizada de Estafeta, foi preso o empresário Edmilson Carvalho, sócio da Terraplanagem Alzira Franco Ltda., que tem contrato com a prefeitura. Na casa dele, a PF apreendeu R$ 400 mil.

Também foi preso Antonio Rene da Silva, que é servidor da Prefeitura de São Bernardo e atua como Diretor de Departamento na Secretaria de Coordenação Governamental.

Fonte: G1

A defesa deles ainda não foi localizada.

Apreensão de R$ 14 milhões

De acordo com a PF, a investigação começou no mês passado a partir da apreensão de R$ 14 milhões e US$ 500 mil em espécie na posse de um servidor público considerado o operador do esquema e que está foragido – há um mandado de prisão decretado contra ele.

Na época, o servidor, que se chama Paulo Iran e é auxiliar legislativo da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), não chegou a ser preso, mas os agentes se debruçaram na análise do celular dele e descobriram uma relação muito próxima e direta com o prefeito da cidade.

Segundo a polícia, o servidor pagava contas do prefeito, da esposa e da filha dele.

No dia 7 de julho, foram apreendidos R$ 12.278.920,00 e US$ 156.964,00 na casa do servidor, além de mais R$ 583.300,00 encontrados no interior de seu veículo. A reportagem tenta localizar a defesa dele.

A PF cumpre ainda 20 mandados de busca e apreensão e medidas de quebra de sigilos bancário e fiscal nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema.

As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e incluem ainda afastamento de cargos públicos e monitoramento eletrônico de investigados.

Os envolvidos poderão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.

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