Oriente Médio – Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede ‘trégua humanitária imediata’ em Gaza
A Assembleia Geral da ONU aprovou, nesta sexta-feira, 27, com voto contra dos Estados Unidos, uma resolução não vinculante que pede uma “trégua humanitária imediata e duradoura” e o acesso sem entraves de ajuda para levar comida, bens e serviços essenciais à população civil da Faixa de Gaza.
Com 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções, a Assembleia da ONU aprovou o texto proposto pela Jordânia, no qual não nomeou nem o Hamas, nem Israel, após rechaçar uma emenda do Canadá, que pedia a condenação expressa do Hamas pelo ataque de 7 de outubro, que provocou a morte de mais de 1.400 israelenses, a maioria civis.
Aprovação pode isolar EUA e Israel
Apesar de as resoluções da Assembleia Geral não terem o mesmo peso legal que as decisões do Conselho de Segurança, elas funcionam como um indicador do consenso internacional
É o que pensa Alexandre Coelho, especialista em Política e Relações Internacionais e Secretário do Comitê de Pesquisa da Ásia e do Pacífico da International Political Science Association (IPSA).
“Uma resolução aprovada por uma grande maioria pode servir como um indicador forte do consenso internacional, o que pode, por sua vez, exercer pressão moral e política sobre os Estados em questão”, diz.
Quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas não é capaz de propor uma solução, assim como tem sido no contexto da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, a Assembleia Geral pode avaliar alguma resposta para questão.
Se for adotada pela maioria de dois terços, assim como foi na votação desta sexta-feira, a resolução fornece orientações sobre a condução da guerra.
Coelho avalia que o impacto inicial da aprovação da resolução é o isolamento dos EUA e de Israel diante da comunidade internacional.
A aprovação da resolução pode impulsionar novas negociações no Conselho de Segurança, segundo Coelho. A situação pode ser favorável a uma eventual nova proposta brasileira.
”Podemos dizer que a Resolução é interessante e positiva para a diplomacia brasileira, na medida em que o Brasil pode negociar, junto com os países do Conselho de Segurança, uma nova resolução que atenda a todos. Mas veja, é difícil conseguir”, afirma.
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Fonte: Jornais Correio do Povo e Globo.com