Nativoos Esportes – Beira Rio teve uma noite fantástica e Rochet batendo pênalti, garante o Internacional nas quartas de final da Libertadores
Inter estava vencendo o River por 2 a 0, mas comete uma falha na bola parada faltando menos de 1 minuto para acabar. Nos pênaltis, na 10ª cobrança para cada lado, veio a tão sonhada vaga para as quartas da Libertadores da América.
Pênaltis, de novo. O quarto mata-mata de 2023 teve decisão nas penalidades. Diante de mais de 50 mil pessoas no Beira-Rio, o Inter venceu o River Plate por 2 a 1 no tempo normal, gols de Mercado e Alan Patrick (Rojas descontou), repetiu o placar do Monumental de Núñez e precisou desempatar do jeito mais sofrido possível. Pela primeira vez na história da Libertadores, o Inter venceu uma disputa. Após 20 cobranças, Rochet converteu a última e botou o Inter nas quartas de final. O adversário será o Bolívar, da Bolívia, com primeiro jogo em La Paz e o segundo em Porto Alegre.
Na escalação, Coudet não brigou com o campo. O time foi escalado com seu desenho preferido, mas desta vez o técnico optou por quem deu resposta melhor em 2023. Dos 11 que costuma escalar (e que iniciaram o jogo na Argentina), a mudança foi Mauricio no lugar de De Pena. No River, Demichelis também fez valer o que viu no jogo de ida: Solari em campo, Nacho Fernández no banco.
O primeiro tempo teve o Inter tentando propor jogo e o River usando todos os recursos para incomodar. Mentalmente, na hora de marcar e fazer faltas táticas (inclusive fora da bola); mas também no ataque, com contragolpes perigosos.
Domínio sem precisão
A iniciativa nos primeiros minutos era toda do Inter. Aos 10, René ganhou escanteio após boa arrancada. Alan Patrick levantou na área com perigo Vitão desviou de cabeça, mas fraco e para fora. O contra-ataque dos Millonarios gerou o primeiro susto. Barco foi acionado na esquerda, cortou para dentro e disparou o chute colocado. Mandou bem por cima, para sorte do Inter.
Aos 15, Alan Patrick deu uma cavadinha de primeira que ia deixar Maurício na cara do gol. Armani saiu da meta para interceptar. Três minutos depois, “Alanpa” perdeu o gol em outra boa jogada. Wanderson disparou na esquerda, limpou dois marcadores e centralizou. zaga rebateu e Maurício acionou Alan Patrick na cara do gol. Ele chutou rasteiro, mas passou tirando tinta do poste esquerdo. O juiz apitou impedimento, mas fosse nas redes e o VAR teria de corrigir para lance legal.
O River decidiu subir as linhas e, aí, Mercado teve várias intervenções essenciais. Aos 21, Solari foi lançado livre na frente da área e correu para a meta. Tentou acionar Barco do outro lado, mas o zagueirão recuperou para bloquear. O passe completo deixaria o atacante na cara do gol, com Rochet deslocado. Os argentinos seguiram na frente e Mercado teve que bloquear chute de Aliendro. Solari recebeu na sequência e mandou para Beltran, que chutou torto e sem direção.
Até então, Valencia tinha aceitado a marcação e aparecido pouco para o jogo. Aos 30, contudo, quase apareceu para guardar. Engatou a sexta marcha pela direita e chutou da entrada da área, mas em cima da zaga. A jogada seguiu e Bustos tocou para o equatoriano na frente do gol. Ele tentou o chute, que saiu desviado, devagarzinho, muito perto da trave direita.
O equatoriano tentou de novo aos 32. recebeu na quina da área, pela esquerda. Invadiu o perímetro e chutou na saída do goleiro. Mas desviou demais em tiro de meta. Grande jogada de Alan Patrick veio a seguir, com passe de letra para Maurício. Ele recebeu de volta e acionou Bustos para o lance mais polêmico da etapa. O lateral invadiu a área, preparou o cruzamento e meio desequilibrado sofreu o toque de Enzo Diaz. O Inter queria pênalti, mas o VAR analisou e mandou seguir.
Antes do intervalo, o River ainda levou perigo na bola parada. No lance mais intenso, Nacho Fernandez foi muito malandro. Enquanto Barco ajeitava a bola, ele bateu a falta com a zaga do Inter desarmada. A bola chegou para Beltran que desviou de leve com o pé. Rochet não ia alcançar, mas a zaga conseguiu tirar para escanteio. O 0 a 0 era insuficiente e muito perigoso no Beira-Rio.
Vitória no contrapé do River
O segundo tempo serviu a famosa ironia do futebol. O River voltou mais insinuante, e o Inter tinha mais dificuldades. Mas o roteiro ficaria favorável ao Colorado rapidamente.
Aos 2 minutos, Maurício fez boa proteção na área e rolou bola para Wanderson. O atacante tentou o chute da risca da área, mas bateu muito embaixo da bola em tiro de meta. Valencia também perdeu chance ao bater fraco da entrada da área, bem longe do gol. Antes do lance do equatoriano, Solari recebeu na pequena área, protegeu e tentou achar Barco, mas a zaga cortou.
Aos 14, Bustos salvou o colorado. Solari lançou Beltran na cara do gol. Na hora que o hermano ia anotar, o lateral botou o pé na bola e evitou a conclusão fatal. Três minutos depois, Nacho Fernandez perdeu o gol, em jogada ensaiada. De la Cruz rolou na meia-lua, Enzo Diaz fez corta-luz e Fernandez chegou batendo de primeira, só que isolou.
Quando a pressão era toda dos hermanos, a festa explodiu no Beira-Rio. Aos 25, Alan Patrick cobrou escanteio, Maurício desviou de cabeça e Mercado, de grande atuação, se atirou para um testaço merecedor do 1 a 0. A bola bateu na forquilha do ângulo esquerdo e morreu no fundo das redes.
Coudet queria mais e mandou a campo Pedro Henrique e Luiz Adriano, nas vagas de Maurício e Aránguiz. E veio mais, numa nova bola parada, cavada por Valencia. Alan Patrick bateu colocado, a bola desviou na zaga e tirou o goleiro Armani para o 2 a 0 sacudir Porto Alegre. A vaga estava vindo nos 90 minutos.
Só que De Michelis também tinha planos, e colocou Rojas em campo, no lugar de Casco. O baixinho não fez muito, mas fez o gol carrasco da festa imediata. Aos 45 minutos, a zaga colorada deu apagão em cobrança de escanteio, Colidio desviou de barriga e Rojas apareceu para chutar todo atrapalhado, mas no fundo das redes.
O 2 a 1 incendiou a partida. Aos 46, Valencia teve a chance dentro da área, mas carimbou a zaga no chute. No contra-ataque, Rochet salvou a querência numa enorme defesa. Aliendro apareceu chutando forte, da entrada da área. A bola ia no cantinho, mas o uruguaio esticou mais que seu 1m90 e fez a defesa.
Penalidades para o cinema
Mercado, um gigante na partida, ainda teve que salvar o Colorado mais uma vez nos instantes finais. Igor Gomes errou, vacilou e perdeu para Colidio. O atacante invadiu a área e ia marcar o gol, mas o zagueirão veio voando para cortar em escanteio. Tudo igual no agregado, o drama ficou para as penalidades.
E que penalidades. O aproveitamento foi de 100% até o 6 a 6, quando o imponderável começou a operar. Solari fez o gol, mas escorregou e deu dois toques na bola. O VAR marcou e parecia a redenção de De Pena, que protagonizou eliminação colorada da mesma forma recentemente. Só que o uruguaio desperdiçou também, carimbando a trave. Os chutes se alternaram até o 8 a 8, quando Rojas chutou no travessão. Não era dia dos goleiros. Quer dizer, era dia de um goleiro sim. Rochet pegou a bola para bater, chamou a responsabilidade. E fulminou no canto direito para a festança completa do Beira-Rio.
Libertadores — oitavas de final (volta) — 8/8/2023
INTER
Rochet; Bustos (Igor Gomes, 36’/2ºT), Vitão, Mercado, Renê; Johnny, Aránguiz (Luiz Adriano, 27’/2ºT), Mauricio (Pedro Henrique, 27’/2ºT) e Wanderson (De Pena, 36/2ºT); Alan Patrick (Bruno Henrique, 41’/2ºT) e Enner Valencia. Técnico: Eduardo Coudet.
RIVER PLATE
Armani; Casco (Rojas, 32’/2ºT), González Pírez (Colidio, 40’/2ºT), Paulo Díaz e Enzo Díaz; Enzo Pérez (Nacho Fernández, 39’/1ºT), Aliendro; Nico de la Cruz, Barco (Palavecino, 40’/2ºT) e Solari; Beltrán. Técnico: Martín Demichelis
Gols: Mercado, aos 24, Alan Patrick, aos 32, Rojas, aos 45 minutos do segundo tempo. Nos pênaltis: Rochet, Mercado, Renê, Johnny, Bruno Henrique, Pedro Henrique, Valencia, Luiz Adriano, Igor Gomes converteram para o Inter, De Pena desperdiçou. Colidio, Paulo Díaz, Enzo Díaz, Nacho, Aliendro, De La Cruz, Palavecino e Beltrán marcaram para o River. Solari e Rojas desperdiçaram.
Cartões amarelos: Aránguiz, Vitão, Wanderson, Alan Patrick; Armani, González Pírez
Local: Beira-Rio
Público: 50.479 (45.820 pagantes)
Renda: 1.735.185
Arbitragem: Andrés Matonte, auxiliado por Nicolás Taran e Carlos Barreiro. VAR: Leodán González (todos do Uruguai)
Próximo jogo
Sábado, 12/8 — 21h
Botafogo x Inter
Nilton Santos — Brasileirão — 19ª rodada
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