Investigação – Testemunha diz que marido e filho de suspeita de envenenar bolo consumiram suco contaminado


Polícia confirma que apura relatos; amostras de sangue dos familiares de Deise Moura dos Anjos passam por análise no IGP

A Polícia Civil averigua relatos sobre um possível envenenamento do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos, suspeita de contaminar um bolo de Natal que levou três pessoas à morte em Torres. Amostras de sangue dos dois já foram enviadas ao Instituto-Geral de Perícias (IGP), que deverá apontar se há ou não a presença de arsênio no material genético.

O químico, base do veneno arsênico, foi detectado em vítimas que comeram a sobremesa em dezembro. A substância também estava no corpo do sogro de Deise, morto em setembro e exumado na semana passada.

A possibilidade de um suposto envenenamento do filho e do marido de Deise entrou no radar da investigação após uma testemunha afirmar que eles teriam ingerido um suco de manga possivelmente contaminado. Isso também teria acontecido em dezembro, porém antes do Natal.

O relato dá conta que o alvo de Deise seria o companheiro. Ocorre que o filho do casal, uma criança de 9 anos, também teria consumido a bebida. Ela então teria forçado o menino a regurgitar. A dupla sobreviveu.

De acordo com o delegado titular da DP de Torres, Marcus Vinicius Veloso, os fatos descritos acima ainda passam por apuração. “Isso precisa ser averiguado. Estamos verificando essa informação”, resumiu.

A PC não confirma mas, ainda em 2024, o marido de Deise chegou a passar mal e foi hospitalizado com sintomas de intoxicação. Não está claro se o episódio teve relação com o consumo do suco de manga. O filho deles não teria apresentado sintomas do tipo.

A perícia no telefone da suspeita encontrou uma nota fiscal de compra de arsênio. O documento teria o nome dela como destinatária.

De acordo com a investigação, afirma Deise comprou o veneno por quatro vezes, no ano passado, durante um período de quatro meses. As aquisições foram feitas na internet, e as entregas ocorreram via Correios.

Problemas no casamento

Turbulências permearam o casamento de Deise. Informalmente, o companheiro dela teria dito aos policiais que, mesmo antes do caso do bolo, cogitava pedir divórcio.

O casal chegou a ficar separado por alguns meses, período em que Deise morou na casa da irmã, mas acabou se reconciliando. O homem não é considerado suspeito.

Quase um mês antes do Natal, em 21 de novembro, Deise chegou a fazer uma queixa de vias de fato contra o marido. Na ocasião, o ele foi para a casa de Zeli dos Anjos, sogra da investigada, que também sobreviveu a uma tentativa de envenenamento.

“Tivemos uma discussão […] o mesmo me segurou com muita força, me sacudia, eu pedia para me soltar pois estava me machucando e ele me atirou no chão, impedindo minha saída do closet, me deixando nervosa e irritada.

“Não quis uma conversa passiva, me chamou de louca em outras palavras, por diversas vezes, e se comparou ao meu falecido pai, debochando, dizendo que sempre foi mais feliz da porta da rua para fora, ofendendo também minha mãe, dizendo que eu é quem o faço infeliz”, pontuou Deise no boletim da ocorrência.

Fonte: Jornal Correio do Povo

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