Inter: Barcellos detalha termo sobre direitos televisivos
Presidente do Inter criticou diferença na distribuição das receitas
Um assunto complexo. Foi assim que o próprio presidente do Inter, Alessandro Barcellos, se referiu ao tema que trata sobre a adesão ou não do clube à Liga Forte Futebol, que negocia com os clubes a venda dos direitos televisivos do campeonato brasileiro durante 50 anos, excluindo os demais campeonatos que o clube venha a participar.
A reunião do Conselho que iria votar sobre o assunto, na noite desta segunda-feira, terminou com a criação de uma comissão que apresentará um parecer nos próximos 15 dias. “Não estamos vendendo os direitos [de TV] do Inter por 50 anos. Estamos trazendo um sócio para vender esse direito por 50 anos”, esclareceu Barcellos durante o programa “Ganhando o Jogo”, da Rádio Guaíba. Durante a entrevista, na tarde desta terça-feira, o mandatário do Inter explicou como irá funcionar a parceria que a gestão pretende fazer ainda este ano.
Barcellos admitiu que 50 anos de contrato em um primeiro momento “assusta”, mas explicou que não se trata de uma venda direta, mas sim de uma “parceria” com o investidor durante o período. “O investidor entra para potencializar a venda, porque ele conhece o mercado”, disse. Barcellos contou que antes da reunião, outras oito reuniões com os movimentos políticos do clube haviam sido feitas.
Mesmo assim não houve votação. “Chegamos na reunião ao consenso de que se não tinha tempo suficiente. A comissão vai apresentar um parecer sobre o termo de compromisso e vai acompanhar o processo”, destacou o presidente do clube.
Ele lembrou que o Inter já conhece a proposta da outra Liga, a Libra (Liga do Futebol Brasileiro). “Nós já ouvimos a Libra, eu fiz quatro reuniões [com a Libra], e depois mais duas. Não precisa de uma comissão para conversar com a Libra”, defendeu. Ele também ressaltou que clube apresentou as comparações de valores e estatuto.
Para o dirigente, apesar das propostas serem parecidas em valores, há uma diferença na distribuição das receitas. Como exemplo, ele falou do Flamengo, clube em primeiro na média de pontuação dos últimos cinco anos, e o Inter, que é o terceiro colocado. “No modelo proposto pela Libra, ano a ano é de R$ 143 milhões de diferença para o Flamengo. Já na Liga Forte, ela é de R$ 43 milhões”, detalhou. Apesar das divergências entre as Ligas, Barcellos aposta em um entendimento e principalmente na ideia de um campeonato mais competitivo: “Temos que trabalhar pela união”.
O assunto, segundo ele, foi discutido apenas informalmente com o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, que possui preferência pela Libra.
Período eleitoral e destino dos recursos
O dirigente do Inter, Alessandro Barcellos, negou que a discussão sobre a parceria do clube com os direitos televisivos tenha relação com o período eleitoral – que ocorre ao fim deste ano. Isso porque caso o clube decida pela adesão, o Inter receberá cerca de R$ 110 milhões ainda em 2023. O pagamento da outra metade ocorreria em 2024. “Esse assunto é de clube, não é de gestão. Trabalhando com transparência os interesses vão ficando claro”, destacou durante a entrevista.
Segundo Barcellos, a gestão se comprometeu a destinar, do valor recebido na primeira parcela, 80% para o pagamento das dívidas e 20% no início das obras do Centro de Treinamento, localizado em Guaíba. “A intenção desse projeto é dar viabilidade ao clube”, pontuou, destacando que nenhuma das contratações feitas este ano, ou que ainda serão realizadas, contam com este montante.
Vitão, Aranguiz e Valência
Ao fim da entrevista, o presidente comentou a situação de três jogadores em relação ao clube. Sobre a permanência do zagueiro Vitão, Alessandro Barcellos admitiu que se trata de um “negócio difícil”, mas acredita que o jogador continue no clube. “Eu tenho certeza que vamos encaminhar da melhor forma possível”, disse.
Sobre a vinda antecipada do volante Charles Aranguiz, que atualmente joga no Bayer Leverkusen, e assinou um pré-contrato com Inter, foi enfático: “nós tentamos, mas o clube alemão negou”. Sendo assim, o chileno chega ao Beira-Rio em julho, quando acaba o seu vínculo com o Bayer.
Já o atacante equatoriano Enner Valência, especulado nas últimas semanas, o presidente negou qualquer termo assinado com o atleta. “Fizemos uma sondagem e avaliação, mas não foi assinado nada. Se houver alguma possibilidade vai ter lá na frente, hoje não tem esse acerto”,concluiu.
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Fonte: Jornal Correio do Povo