Economia – Trump assina decreto de tarifa de 50% sobre o Brasil


Oficialização ocorreu nesta quarta-feira

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira, 30, o decreto que oficializa tarifas de 50% ao Brasil. O texto da Casa Branca ataca o governo brasileiro e faz uma defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro e de “milhares de seus apoiadores” como alvos de “violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil” (leia mais abaixo).

Na ordem executiva, a Casa Branca informa: “Hoje, o presidente Donald J. Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%, para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.

A Ordem declara uma nova emergência nacional, “utilizando a autoridade do presidente sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA) e estabelece uma tarifa adicional de 40% para lidar com as políticas e ações incomuns e extraordinárias do governo do Brasil que prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos, a política externa dos EUA e a economia dos EUA”.

O texto também diz textualmente que “a Ordem considera que a perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados pelo governo do Brasil contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores constituem graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”.

O texto também menciona que “o presidente Trump tem reafirmado consistentemente seu compromisso de defender a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos contra ameaças estrangeiras, inclusive salvaguardando a liberdade de expressão, protegendo empresas americanas de censura coercitiva ilegal e responsabilizando violadores de direitos humanos por seu comportamento ilegal”.

Produtos afetados e isenções

A lista de produtos brasileiros sujeitos à nova tarifa inclui itens como café, carne, couro, calçados e têxteis. Entretanto, cerca de 700 produtos foram isentos da sobretaxa adicional. Entre os principais itens que permanecerão com a tarifa original de 10% ou menos, destacam-se:

  • Suco e polpa de laranja
  • Castanhas (frescas e secas)
  • Minério de ferro e outros minérios
  • Aço inoxidável e outros tipos de aço
  • Carvão e certos derivados
  • Querosene usado em aviação
  • Cobre, cabos e outros
  • Petróleo não refinado e outros combustíveis ou lubrificantes derivados de petróleo
  • Combustível de aviação

Essas isenções foram recebidas com alívio por setores como o de sucos cítricos, que temiam perdas significativas caso o suco de laranja fosse incluído na nova tarifa .

Reações e impactos econômicos

A decisão gerou reações diversas no Brasil. O governo brasileiro, por meio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, classificou a medida como uma “chantagem inaceitável” e anunciou a aplicação de tarifas recíprocas sobre produtos americanos, conforme autorizado pela Lei de Reciprocidade Comercial (Lei nº 15.122/2025) .

Entidades empresariais brasileiras expressaram preocupações com os impactos da tarifaço. Setores como o de café e carne, que não foram isentos, temem perdas financeiras significativas e possíveis retaliações por parte dos consumidores americanos. Por outro lado, empresas que exportam produtos isentos da nova tarifa aguardam com cautela os desdobramentos da situação.

A imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump não deve prejudicar os investimentos diretos de empresas estadunidenses no Brasil, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Ele afirmou que as companhias têm um horizonte de longo prazo e não devem ser afetadas por questões conjunturais.

Perspectivas futuras

A medida coloca as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos em um cenário de incerteza. A Organização Mundial do Comércio (OMC) abriu um painel de consultas para mediar a disputa, com processo ainda em andamento . O governo brasileiro busca alternativas para minimizar os impactos da tarifaço, incluindo a diversificação de mercados e o fortalecimento de parcerias comerciais com outros países.

A situação reflete uma escalada nas tensões comerciais entre as duas maiores economias das Américas, com potenciais repercussões para o comércio global.

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