Clima – RS segue com tempo instável e chuva nesta quinta-feira; veja como será o feriado

Chuva tende a se concentrar na faixa central do estado e na Metade Norte gaúcha no decorrer do dia
Um bloqueio atmosférico mantém o tempo instável no Rio Grande do Sul e traz mais um dia de chuva nesta quinta-feira, 19, feriado de Corpus Christi.
Conforme a MetSul Meteorologia, a chuva se concentrará na faixa central e na Metade Norte do estado, podendo ser localmente moderada a forte no Noroeste e no Norte gaúcho.
Na Metade Sul, não chove hoje na maioria das cidades na maior parte do dia, embora o tempo siga com muitas nuvens.
Em alguns pontos, como no extremo Sul, podem ocorrer aberturas de sol. No final do dia, a atmosfera volta a se instabilizar no Oeste com chuva. As temperaturas caem no Sul e no Oeste gaúcho.
Volumes de chuva
Dados de estações do Instituto Nacional de Meteorologia indicavam até o meio da tarde desta quarta-feira, em 96h, volumes de 302 mm em Santa Maria, 286 mm em Encruzilhada do Sul, 279 mm em São Borja, 271 mm em Rio Pardo, 251 mm em São Vicente do Sul, 182 mm em Camaquã e Caçapava do Sul, 172 mm em Tupanciretã, 169 mm em Serafina Corrêa, 162 mm em Soledade e 152 mm em Porto Alegre.
Já outras estações indicaram nesta semana até agora 350 mm a 450 mm em pontos do Centro gaúcho como em Nova Palma, Faxinal do Soturno, São Martinho da Serra, Tupanciretã, Restinga Seca, Santa Maria e São Sepé.
São volumes muito parecidos com o registrado na região central do estado no final de abril de 2024. Em Porto Alegre, a chuva acumulada em 24 horas até o meio da tarde ontem no Jardim Botânico somava 107 mm.
O acumulado entre terça e o meio da tarde da quarta foi de 137 mm, mais que a média histórica do mês todo. Na soma desde sábado, uma vez que o sábado foi de instabilidade, o total chegava a 156 mm. Na Grande Porto Alegre, algumas cidades somavam entre 150 mm e 200 mm no período. A chuva, entretanto, vai continuar.
Quando deve parar a chuva?
Conforme a MetSul, a sexta-feira ainda será um dia de instabilidade em parte do RS. No sábado, finalmente, haverá o predomínio do tempo firme e o sol no estado.
A baixa pressão vai estar sobre o Atlântico e a Oeste do sistema ar mais seco e frio é impulsionado, proporcionando a melhora do tempo. No domingo, sob ar mais seco e de alta pressão, o dia terá sol.
“Quando vi a chuva comecei a chorar”: moradores de Lajeado saem de casa depois do rio atingir cota de inundação pela primeira vez após cheia histórica
Segundo as projeções da Defesa Civil e da meteorologia, nível do Rio Taquari deve se estabilizar ainda nesta quarta, com tendência de leve queda
Pela primeira vez após a maior enchente da história da região, o Rio Taquari voltou a superar a cota de inundação nesta quarta-feira (18). Dessa vez o volume é menor do que o registrado em maio de 2024, mas foi o suficiente para causar preocupação nos moradores do Vale do Taquari.
Até as 17h, 22 famílias de Lajeado haviam saído de casa para o ginásio do Parque do Imigrante. O movimento ocorre de forma preventiva. Às 17h45min desta quarta, o nível do Rio Taquari atingiu os 19m47cm.
No entanto, o trauma de sucessivos eventos climáticos, fez com que muitas pessoas buscassem a prefeitura para ir até um abrigo. Para o casal Maristela da Silva e Lindomar da Silva, é a quinta vez que é feita uma mudança por conta de cheias.
— Quando eu vi a chuva cair comecei a chorar. Meu marido estava no serviço trabalhando, me ligou e disse: “vou pra casa, não vou te deixar sozinha” — conta Maristela, que foi para um abrigo público.
Em Cruzeiro do Sul, um dos municípios mais atingidos pela enchente do ano passado, algumas famílias fizeram o mesmo movimento. Segundo a prefeitura, até as 17h30min, 10 famílias haviam deixado suas casas, todas elas do bairro Zwirtez.
Outros municípios não registraram saídas de moradores até a publicação desta matéria. A previsão do Serviço Geológico do Brasil é que o Rio Taquari não ultrapasse a marca dos 21 metros.
“População muito assustada”
Em entrevista à Rádio Gaúcha, a prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher, falou sobre a situação do município:
— Por toda a tragédia que a cidade de Lajeado viveu, estamos com a população muito assustada. Começamos de forma preventiva a retirar famílias — contou.
A prefeita afirma que a água começa a atingir as casas no município quando atinge o nível de 19m80cm, que ainda não foi alcançado. Segundo as projeções da Defesa Civil e da meteorologia, o Rio Taquari deve se estabilizar, com tendência de leve queda. No entanto, a chuva continua nas cabeceiras e há previsão de um novo repique.
Gláucia destacou ainda a importância de um sistema de monitoramento e previsão mais eficiente para lidar com eventos climáticos extremos. Segundo ela, uma tecnologia que permita obter informações mais precisas com antecedência seria uma medida eficaz para garantir maior tranquilidade à população:
— As cidades, em todo o Vale do Taquari, estão sendo reconfiguradas. Estamos trocando a população de local. Mas, mesmo assim, em alguns lugares, nós vamos conviver com enchentes. Mas, se nós tivermos uma previsibilidade, se soubermos que vai acontecer, acredito que vai ficar muito mais fácil de a gente gerir todos esses eventos — afirmou Gláucia.
Fontes: Jornal Correio do Povo e GZH