Clima – Porto Alegre, Cidade volta ficar alagada em muitas ruas que já estavam secas; Aulas na rede pública e privada estão suspensas nesta sexta-feira
Decisão ocorre por conta do retorno dos alagamentos em vários pontos da cidade
Não haverá aulas nas escolas da rede pública e privada de Porto Alegre nesta sexta-feira, 24, devido ao retorno dos alagamentos em diversos pontos da cidade. A medida foi anunciada nesta quinta-feira, 23, entre governos estadual e municipal.
Depois de duas semanas de paralisação, por conta da enchente, as aulas na rede municipal retornaram na última segunda-feira. O retorno estava ocorrendo de forma gradual, à medida que as instituições tivessem água e energia elétrica.
Diversos bairros de Porto Alegre registram inundação; Dmae fala em “chuva além do que os modelos previam”
Os moradores de diversos bairros de Porto Alegre registraram rápida ascensão da água e alagamentos em diversas vias na manhã desta quinta-feira (23). Entre os registros de aumento do volume estão vias do Menino Deus, Praia de Belas, Cidade Baixa, Santana, áreas da Zona Norte, além de vias como a 24 de Outubro, Cairú, Farrapos e Cristóvão Colombo. O Dmae atribui o transtorno ao acúmulo de lixo e restrições no funcionamento de casas de bombeamento. Durante a tarde, o prefeito Sebastião Melo anunciou o fechamento das comportas do Guaíba e a suspensão das aulas na rede pública e indicação para interrupção na rede privada.
Também houve uma série de registros de alagamento na Zona Sul de Porto Alegre, em vias como Cavalhada e avenida Beira-Rio nas proximidades do estádio. Foi afetado, ainda, o bairro Hípica, nas proximidades da Edgar Pires de Castro. Na Cohab Cavalhada, há água acumulada chegando às residências. Diversos pontos da Restinga ficaram alagados.
Houve registros, inclusive, de vias que não foram afetadas anteriormente pela água, como Otto Niemeyer e Coronel Massot sendo tomadas pela avanço da inundação. É o caso da Lima e Silva, na Cidade Baixa. O Shopping Praia de Belas encerrou as atividades às 12h “em função das condições climáticas que afetam a circulação e a mobilidade em Porto Alegre, prejudicando a acessibilidade à região do empreendimento”. A limpeza do Mercado Público, que havia se iniciado na manhã desta quinta-feira, foi suspensa, já que houve avanço da inundação também no Centro.
O lixo se acumulou sobre a água em diferentes pontos. Se verificou entulho boiando, já que parte dele havia sido deixado sobre calçadas e vias após limpeza recente. Muitos motoristas na Capital tiveram que mudar o trajeto e até buscar filhos em escolas e creches ou sair do trabalho antecipadamente. Na rua Arroio Grande, crianças de uma creche foram retiradas com a água subindo, já que o socorro demorou para chegar.
Há também aumento da água em locais como bairros Rio Branco e Fátima, em Canoas. O relato dos moradores é de aumento do volume no final da manhã. No Bairro Niterói há diverssas casas com inundação nas ruas. No município de Guaíba, como no bairro Santa Rita, também houve manifestação de moradores com nova ascensão da água. O volume da chuva em Porto Alegre nas últimas 12h chegou a 103mm na Estação Cristal e 95mm na Partenon, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
Durante a tarde, em coletiva, o diretor-geral do Dmae, Maurício Loss disse que “Não é simples restabelecer todas as casas de bombas”.
— Estamos contratando uma segunda empresa para recuperar os motores. Esses motores, na capacidade que o Dmae, não tem a pronta entrega. Já temos encomendados vários motores. É um processo delicado de recuperação das casas de bombas.
Loss acrescentou que as redes pluviais estão muito assoreadas, e que isso tira a capacidade de que a água possa afluir pelas redes. Alegou, também que se trabalhou com caminhões de hidrojateamento.
Antes, o Dmae havia se pronunciado no X (antigo Twitter) e no Instagram. O diretor-geral do órgão, Maurício Loss fala que houve chuva “além do que os modelos previam”, e que as equipes trabalham para ampliar o trabalho das casas de bomba número 12, 13 e 16, que atendem os bairros Menino Deus e Cidade Baixa. Diz ainda que as equipes atuam na limpeza das redes.
Nesta quarta, no entanto, o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Marcelo Schneider já havia alertado para rajadas de vento de até 60km/h na Lagoa dos Patos e chuva de até 70mm até sexta-feira.
O hospital Mãe de Deus voltou a ser cercado por água. Em nota, a instituição afirmou que “Em razão de novos alagamentos no bairro Menino Deus e pela segurança de todos, as equipes cessaram a limpeza do subsolo no Hospital Mãe de Deus e deixaram o prédio. Novamente a água chegou a entrar nessa área, e trabalhamos para sua retirada, por meio de caminhões para bombeamento. Não há pacientes no prédio desde 5 de maio, quando, sem luz e água, o hospital precisou parar de funcionar”.
Fontes; GZH e Jornal Correio do Povo
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