Clima – Chuva provoca estragos no RS, já são 98 cidades com inundações.

Dmae começa o fechamento de três comportas na Capital. Dmae / Divulgação

Prefeitura de Porto Alegre começa colocar sacos de areia nas comportas do Cais Mauá

  • O Rio Grande do Sul contabiliza 98 municípios afetados pelo temporal e mais de 6 mil pessoas estão fora de casa
  • A chuva que atinge o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (16)

lerta: Rios Uruguai e Jacuí em condição severa

A Defesa Civil emitiu dois alertas de condição severa para risco de inundação no Estado nesta sexta-feira (20).

No Rio Uruguai, o alerta vale para o trecho entre São Borja e Uruguaiana, onde há risco muito alto de alagamentos. A situação é considerada severa, com o nível do rio em elevação. O aviso é válido até as 15h30 deste sábado.

No Rio Jacuí, o nível também preocupa. O rio está em inundação e em lenta elevação, com risco muito alto desde Cachoeira do Sul. A Defesa Civil classifica a condição como severa e alerta para possíveis impactos nas regiões ribeirinhas. O aviso segue válido até as 16h deste sábado.

A orientação é para que a população evite áreas inundáveis e fique atenta às recomendações das autoridades. Em caso de emergência, a recomendação é acionar os serviços de urgência pelos números 190 ou 193.

Condição severa em Manoel Viana

O nível do Rio Ibicuí em Manoel Viana subiu rapidamente nesta sexta-feira (20), atingindo 12m72cm às 14h30, bem acima da cota de inundação de 9m60cm. Ontem, no mesmo horário, o rio marcava 7 metros, representando uma subida de 5m72cm em 24 horas.

A elevação repentina do Rio Jacuí na tarde de sexta-feira (20) assustou moradores de Rio Pardo, especialmente no bairro Higino Leitão. À tarde, a água já avançava em direção às casas, forçando os moradores a retirarem às pressas móveis e animais.

“É uma coisa que a gente não deseja para ninguém, passar por isso de novo”, desabafou Dener Azevedo, de 33 anos, enquanto organizava a retirada de pertences da família. “O rio está subindo muito depressa. De manhã não tinha água e agora chegou na minha casa. As minhas coisas já retirei na terça, mas agora é ajudar meus pais a tirar os móveis e depois buscar os bichos. A vizinhança toda se ajuda, mas tem muita gente que espera até a última hora. Não adianta”, disse.

“É uma coisa que a gente não deseja para ninguém, passar por isso de novo”, desabafou Dener Azevedo, de 33 anos, enquanto organizava a retirada de pertences da família. “O rio está subindo muito depressa. De manhã não tinha água e agora chegou na minha casa. As minhas coisas já retirei na terça, mas agora é ajudar meus pais a tirar os móveis e depois buscar os bichos. A vizinhança toda se ajuda, mas tem muita gente que espera até a última hora. Não adianta”, disse.


Morador da região desde que nasceu, Dener conta que já enfrentou diversas enchentes, mas a força da cheia histórica do ano passado ainda marca os moradores.

“A última vez subiu oito metros acima da casa. Aqui já pegamos água de 1,50 metro, mas aquilo foi muito além. Acho que o rio está muito assoreado, sobe rápido demais”, comentou.

Sob risco de nova cheia, moradores de Eldorado do Sul vivem momentos de preocupação, Enquanto a cheia em Eldorado do Sul permanece como uma possibilidade, os moradores de regiões mais suscetíveis a cheias na cidade seguem o movimento de preparação das casas para a inundação. Nesta sexta-feira, ruas dos bairros Cidade Verde, Vila da Paz e Chácara eram marcadas pela presença de veículos de carga para mudanças e circulação de pessoas com sacolas de roupas e demais pertences pessoais.

Dentro das casas, aquilo que não era possível de ser retirado ficava sobre cadeiras, mesas e pallets, para evitar maiores estragos em caso de inundação. Moradora da avenida Dique, Carla Cristina Pereira conta que só será possível erguer seus móveis e eletrodomésticos, pois não tem onde deixar seus pertences. Ela e a filha, Priscila, que mora na casa ao lado, vão para cada de parentes em Canoas.

“Vamos sair só com a roupa do corpo. Levantar os móveis é um trabalho difícil. Estou desde o início da manhã fazendo isso. Nem consigo dormir direito preocupada que a água entre em casa. Estou desde o início da semana nervosa com isso tudo, mas não podemos perder o pouco que recuperamos”, contou.

Governo do RS deve lançar nova rodada do Programa Volta por Cima para ajudar afetados pelas chuvas

O governo do Rio Grande do Sul está se preparando para lançar uma nova edição do Programa Volta por Cima, com o objetivo de atender às famílias afetadas pelas chuvas deste mês. Os detalhes sobre os critérios de elegibilidade e o valor do benefício ainda estão sendo definidos, e o anúncio deve ocorrer nos próximos dias.

O governador Eduardo Leite reuniu-se, nesta sexta-feira, com prefeitos da região Central do Estado para solicitar a mobilização das prefeituras na identificação das necessidades de aporte ao programa.

“Vamos usar novamente a tecnologia para analisar manchas de alagamento, onde ficam flagrantes as famílias que foram atingidas, mas é importante que os municípios façam um levantamento com suas assistências sociais. Assim, poderemos identificar essas famílias e definir o valor que será repassado a elas pelo Volta por Cima, que é mais uma frente de atuação do Estado”, explicou Leite.

Fontes: GZH e Correio do Povo