Clima – “A área mais preocupante é realmente o litoral”, alerta meteorologista do Inmet sobre impacto de ciclone no RS

RS deve ter temporais nos próximos dias por conta de um ciclone Foto : Mauro Schaefer

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Em Porto Alegre, o fenômeno poderá provocar ventos sustentados de cerca de 100 km/h, com risco de causar danos à rede elétrica e telhados

litoral gaúcho é a região com maior risco de ser impactada pelo ciclone que atingirá o Rio Grande do Sul nesta semana. O fenômeno meteorológico poderá provocar volumes expressivos de chuva em curto espaço de tempo e fortes rajadas de vento. A projeção é do meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Marcelo Schneider, que estima que as precipitações poderão variar de 30 a 70 milímetros, podendo passar de 100 milímetros em algumas áreas, e o vento superar os 100 km/h.

— O vento começa a acelerar hoje, mas principalmente na virada de terça para quarta-feira, podendo em várias áreas se aproximar, até mesmo passar, dos 100 km/h por hora. A área mais preocupante é realmente o litoral, como é de costume, por causa da formação da baixa (pressão) e o tempo que ela vai permanecer durante a quarta-feira — prevê o especialista, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (8).

Schneider afirma que a primeira etapa do fenômeno já iniciou com chuva observada nesta segunda, na Fronteira Oeste, em razão do calor, e se estenderá a partir do final da tarde até Porto Alegre e setores centrais do RS,  abrangendo municípios como Lajeado e Santa Cruz do Sul.

— Essas pancadas de chuva não só aqui na Capital, mas em praticamente todo o Estado, podem ser de forte intensidade, e a preocupação nossa é o acumulado de chuva entre hoje e a quarta-feira, mas sobretudo hoje, segunda e amanhã, terça, nós podemos ter em várias áreas acumulados entre 50 e 100 milímetros de precipitação — analisou Schneider.

O especialista explicou o volume pode superior a marca dos 100 milímetros de forma isolada, principalmente no entorno da Lagoa dos Patos, em municípios como São Lourenço do Sul, Tapes, Camaquã, Rio Grande, e pontos entre Bagé e o centro-sul do Estado, como Caçapava do Sul. Para Schneider, enxurradas localizadas podem ocorrer até esta terça-feira (9).

O Inmet está atento para a virada da noite de terça para quarta-feira (10), com foco na faixa leste do Estado. Este é o período em que o vento estará mais forte, se estendendo ao longo da quarta-feira.

— A nossa expectativa de ventos aqui na Capital, gira em torno de 70 a 100 km/h. Isso durante a quarta-feira, mas antes a gente deve ter cuidado com os ventos que sopram aqui do litoral entre leste e nordeste, que é o famoso “nordestão” que precede essa mudança do tempo — alerta Schneider.

Para o restante do Estado, a maior atenção também será na quarta-feira, quando o centro de baixa pressão do ciclone ficará próximo da costa do Rio Grande do Sul. A previsão aponta que o vento pode ultrapassar os 100 km/h em toda a faixa litorânea, do Chuí a Torres.

— Quando isso acontece, a gente já tem um histórico aqui no Estado, são aqueles ventos sustentados, ventos frequentes que causam bastante impacto na fiação da energia elétrica e também questão de destelhamentos — adverte o meteorologista.

Fontes: GZH e Correio do POvo