Chernobyl americano: o que está acontecendo em Ohio?


Pessoas especulam na internet que caso de óvnis sobrevoando os EUA seja uma tentativa de esconder o desastre ambiental

No dia 4 de fevereiro, um trem com cinquenta vagões transportando substâncias tóxicas descarrilou entre os estados de Ohio e Pensilvânia, liberando toxinas no ar e iniciando um incêndio. Para tentar impedir uma grande explosão, as autoridades locais utilizaram o cloreto de vinila, substância também nociva, para neutralizar a carga em chamas dentro dos vagões.

A companhia ferroviária Norfolk Southern, responsável pela composição, advertiu que a operação poderia liberar gases que que poderiam matar se fossem inalados.

O cloreto de vinil é um gás incolor utilizado em produtos plásticos e em embalagem. Quando queimado libera o fosgênio, que foi utilizado como arma química na Primeira Guerra Mundial.

Apesar da tentativa de amenizar os danos, a situação ficou crítica. Foi declarado estado de emergência na região afetada, conhecida como “Palestina Oriental”. A área foi isolada e os moradores retirados do local. 

Quem vivia em um vilarejo que fica a 80 quilômetros a noroeste de Pittsburgh precisou deixar a região. Dos 4.700 residente, pelo menos 2.000 precisaram buscar um local para ficar. A retirada de pessoas de forma compulsória abrangeu regiões tanto em Ohio como na Pensilvânia.

Ashok Kumar, professor de engenharia ambiental na Universidade de Toledo, explicou à ABC News que “a inalação de vapores de cloreto de vinila pode causar tontura, náusea, dor de cabeça e complicações respiratórias”.

Nesta semana, os moradores já estão autorizados a retornarem para suas casas, porém, estão inseguros com a possibilidade, já que acontecimentos recentes geram a suspeita de que o caso é muito mais sério.

Teorias sobre o desastre

Na internet, o acidente em Ohio está sendo chamado de um dos maiores desastres ambientais dos últimos tempos.

Cidadãos americanos, incluindo figuras públicas, estão acusando as autoridades de forçarem os recentes casos de óvnis abatidos sobre o território americano como uma tentativa de desviar o foco do que está acontecendo na região do acidente.

“Ohio: Peixes e gado mortos sendo relatados a até 160 quilômetros do local. Jornalistas que cobrem a história foram presos. O que diabos está acontecendo?”, questiona o jornalista americano Stew Peters.

Forte cheiro e morte de animais

Um usuário do Twitter definiu o caso como “Chernobyl 2”, ao compartilhar informações, disponibilizadas por moradores da região, que afirmam que gados e peixes estão morrendo a 160 quilômetros de distância do epicentro da tragédia. 

“Um trem com 100 mil litros do cancerígeno VINIL CLORETO descarrilou na #EastPalestine (Ohio), virando uma espécie de um Chernobyl 2. Peixes e gado mortos são relatados em um raio de 160 quilômetros do local. Há silêncio da mídia e jornalistas que noticiam são presos, mas vamos falar sobre óvnis”, diz.

Além disso, um morador contou ao jornal Washington Post que ainda é possível sentir um cheiro forte no ar, que parece uma mistura de removedor de esmalte e pneus queimados.

Ele ainda contou que as autoridades disseram que a água na área não está contaminada e que a qualidade do ar é segura, mas as autoridades orientaram as pessoas a limpar todas as superfícies com alvejante diluído, além de manter as residências arejadas.

Impacto ambiental e medidas da empresa

A EPA, agência americana de proteção do meio ambiente, está investigando para entender como está a qualidade do solo, da água e do ar.

Até agora, os relatórios indicam que não existem contaminantes em “níveis alarmantes” dentro e ao redor da região de Ohio, embora os moradores ainda possam sentir odores fortes.

A EPA está atuando juntamente com a empresa responsável e com agências de controle de danos e examinou o ar dentro de cerca de 290 residências até 13 de fevereiro. O resultado não detectou cloreto de vinil ou cloreto de hidrogênio, que podem causar problemas respiratórios e que apresente um risco para a vida das pessoas. Outras 181 residências ainda aguardavam verificação.

A empresa responsável pela água da região, American Water, disse em 12 de fevereiro que não havia detectado nenhuma mudança na qualidade da água no rio Ohio, onde faz captação do recurso.

A Norfolk Southern afirmou publicamente que doou US$25.000, o equivalente a R$132 mil, para ajudar a Cruz Vermelha Americana a montar abrigos e ajudar as pessoas afetadas pelo acidente.

A empresa ainda garantiu, em um comunicado, que seus próprios especialistas e empreiteiros estavam testando a água de poços privados, embora ainda encorajem a compra de garrafas de água mineral.

Moradores reclamam de dores de cabeça e de mal-estar desde o vazamento dos gases. De acordo com a Associated Press, dois moradores da Pensilvânia estão movendo uma ação federal contra a Norfolk Southern, para forçar a empresa a estabelecer monitoramento de saúde para vítimas em ambos os estados, além de pagar por cuidados relacionados para pessoas afetadas em um raio de 48 quilômetros.

A EPA disse que se responsabilizaria pela limpeza das áreas, mas não deu previsão sobre quando a situação pode ser considerada normal.

“Inicialmente, como a maioria dos derramamentos ambientais, é difícil determinar a quantidade exata de material que foi liberado no ar, na água e no solo”, escreveu James Lee, gerente de relações de mídia da EPA em Ohio, em um e-mail à CNN.

“A fase de avaliação que ocorrerá após o término da emergência ajudará a determinar essas informações”, completou.

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Fonte: R7 e jpornal Correio do Povo