Carnes, café e pescados do Brasil não escapam de sobre taxa de 50%e ve em exportação inviabilizada para os Estados Unidos.

Setores do agronegócio pedem medidas emergenciais contra tarifaço de 50% dos EUA
O setor do agronegócio brasileiro, especialmente indústrias de carnes, café, frutas e pescados, está em alerta após a imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre suas exportações. A medida entra em vigor em 6 de agosto e tem gerado preocupações de que as exportações brasileiras para o país sejam inviabilizadas.
Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), afirmou que os produtores dependem de uma ação diplomática urgente do governo brasileiro. “Há um interesse dos órgãos americanos do setor de café em buscar uma solução, mas os dois governos estão demorando para negociar”, afirmou Heron. Ele destacou que o café brasileiro, que atualmente representa 34% do mercado americano, não pode ser substituído no curto prazo. “A Colômbia, o segundo maior fornecedor, não teria capacidade para suprir a demanda dos Estados Unidos no curto prazo”, explicou.
A tarifa de 50% sobre o café, que antes tinha uma taxa de 10%, pode resultar em um aumento considerável de preços nos Estados Unidos, afetando diretamente os consumidores americanos, segundo o Cecafé. O impacto econômico também foi destacado, com a possibilidade de uma elevação desmedida de preços e inflação devido ao repasse dos tributos.
O setor de carnes também enfrenta desafios semelhantes. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) previu uma queda de 47% nas exportações de carne bovina para os EUA, enquanto o café pode ter uma redução de 25%. Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), comentou que a tarifa de 50% somada à taxa atual de 26,4% eleva a carga tributária total para 76%, tornando as exportações inviáveis. “Se essa tarifa continuar, não vamos conseguir exportar o volume planejado de 400 mil toneladas”, afirmou Perosa, acrescentando que as fábricas já pararam de produzir para o mercado americano.
Em relação à carne bovina, as exportações para os Estados Unidos já apresentaram uma queda significativa antes mesmo da entrada em vigor da tarifa adicional. O volume de carne exportado caiu de 47,8 mil toneladas em abril para apenas 9,7 mil toneladas neste mês, uma redução de 80%. Além disso, o preço da carne aumentou, passando de US$ 5.200 por tonelada em abril para US$ 5.850 nesta semana, um aumento de 12%.
A Marfrig, uma das maiores companhias de carne do mundo, anunciou a paralisação da produção de carne destinada aos Estados Unidos em sua unidade de Várzea Grande, Mato Grosso. A empresa comunicou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que a paralisação é temporária e de caráter comercial, mas sem detalhes sobre o volume de carne que deixará de ser exportado.
No setor de pescados, a situação também é preocupante. Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (Associação Brasileira da Indústria da Pesca), alertou que, sem linhas de crédito subsidiadas e emergenciais, o setor enfrentará uma onda de fechamentos de empresas e demissões. “O governo precisa atuar urgentemente. Caso contrário, teremos uma avalanche de demissões”, disse Lobo.
Diante do cenário, os setores afetados exigem medidas rápidas e eficazes do governo brasileiro para mitigar os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e garantir a manutenção das exportações.
As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
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