A 33ª Festa Nacional do Peixe e a sua tainha multicolorida


Chegou a 33ª Festa Nacional do Peixe, no belíssimo Centro de Eventos, agora justamente rebatizado de Eliseu Lemos Padilha, o nosso saudoso e visionário prefeito, tantas vezes ministro de estado, com que tive a honra de trabalhar durante muitos anos, frente a direção de criação dos cursos de Formação Política EAD da FUG Nacional.

Este é um evento 100% organizado pelo colega Anderson de Jesus e sua competente equipe da secretaria de Turismo, que preparou uma estrutura magnífica, com uma super programação! A festa está lindíssima. E conta com um apoio imensurável da Secretaria de Obras, Trânsito e segurança e outras pastas.

Algumas das contribuições da SECULT são:

  • Uma minifeira de livros (com livreiros que sofreram perdas com a forte chuva da 20º Feira do Livro em Fevereiro).
  • Organização do 3º Encontro de Soberanas da Festa, com credenciamento de todas as mulheres que já fizeram parte das cortes de festas anteriores.
  • Apresentação da nossa maravilhosa Banda Municipal.
  • Customização das Casinhas da Villa Açoriana (ideia do prefeito Juarez), onde a SECULT apenas fez a correlação intitulando casa casinha, com o nome de uma das 9 ilhas que compõem do Arquipélago dos Açores, em um mural de barcos. Pintura do nosso querido e talentoso artista Getúlio Velho. Obra física do genial Geraldo e sua aguerrida equipe de obras.
  • Cedência de um espaço que seria destinado à SECULT, para acolher artesãos que tinham ficado de fora, por conta do grande número de artistas que temos na nossa cidade.

E a tainha multicolorida. Sobre ela:

Esta belíssima escultura dos artistas Mário Savedra e Beto Arquiteto, neste ano “se vestiu pra festa”. Pintura do talentoso artista Alex Sandro. Há quem diga (mesmo que poucos), frases do tipo: “agora a tainha é gay”, “peixe não é dessa cor”…

Muito bem! A intensão da Secretaria de Cultura da cidade, é que mostrássemos que Tramandaí hoje tem uma administração que pensa a cidade de maneira mais cultural. Nada impede que em outras festas, ela volte a ter a cor de antes, que na verdade já havia muito tempo que a coloração original se perdera, até mesmo recebendo tinta comum, longe da tonalidade original. Ainda, avaliamos que cores monocromáticas passam de forma mais despercebidas aos olhares e que o colorido traria a atenção das pessoas para a verdadeira atração da Festa, a Tainha, o Peixe!

Tramandaí sendo uma cidade que tem seu nome na origem Tupi-Guarani, buscou inspiração em peixes multicoloridos que existem na natureza, deixando a arte, a criatividade e as cores fluírem e saltarem aos olhos de quem chega na festa. Os visitantes são recebidos pela nossa Tainha Pirapora Multicolorida (pora no tupi significa salto e pira significa peixe). Cores fortes e traços pretos  usados também por Romero Britto, inspiraram a criação.

Aos que dizem que a tainha agora é LGBT+ (ou todas as suas variações da sigla), precisam estudar um pouco, para saber que o símbolo dessa respeitosa classe é um arco-íris, e uma criação do artista Gilbert Baker, em 1978, que nada tem a ver com a tainha da festa.

A quem falou que “tainha não é dessa cor”, lembramos que tainha, também não é desse tamanho. Isso é uma obra de arte, onde a arte aceita que a imaginação flua e o “impossível” se torne real.

Entrando no significado das cores:

  • Cinza – neutralidade
  • Vermelho – Energia e paixão
  • Verde – Esperança e saúde
  • Amarelo – Otimismo e alegria
  • Preto – respeito
  • Laranja – Sucesso e prosperidade
  • Rosa – ternura

Assim fica evidente o que combina mais com a edição deste ano da nossa festa e que desejamos aos visitantes.

Existem algumas festas culturais pelo mundo, monumentos, esculturas que usam o colorido para trazer mais vida, mais curiosidade e mais visitação, logo mais turismo e desenvolvimento econômico. Alguns exemplos são:

  • Seven Magic Mountains, uma exposição gratuita localizada no deserto de Las Vegas, Nevada, com sete torres de pedras coloridas, postas umas sobre as outras, e que possuem de 9 a 11 metros de altura.
  • Basílica da Sagrada Família, Barcelona na Espanha com seus vitrais multicoloridos.
  • Casa Rosada em Buenos Aires, Argentina.
  • O colorido Palácio Real de Bangkok, Tailândia
  • La Muralla Roja que fica em Alicante, na Espanha.
  • Os mosaicos do Parque Güell, em Barcelona, Espanha.
  • A Exposição das Onças Pintadas no Rio de Janeiro.
  • Os Festejos de La Catrina no México.
  • Día de los Muertos no México
  • Gods In Color. Uma exposição itinerante, que mostra réplicas de esculturas gregas e romanas com cores vibrantes, de pigmentos encontrados nos monumentos originais, que perderam a cor com o tempo. Desmistificando a ideia que temos de que a antiguidade não era colorida.

Em entrevista ao The Guardian, Yvone Delevoye-Turrel, professora de psicologia cognitiva, juntamente com pesquisadores da Universidade de Lille na França, mostrou os inúmeros benefícios sociais de uma cidade mais colorida.

Lembramos ainda que a nossa 20ª Feira do Livro ocorrida em fevereiro, foi completamente colorida, multicultural e um sucesso.

Lembremos que Caetano Veloso em “Sampa” cita: “à mente apavora o que ainda não é mesmo velho”. Traduzindo: todo o novo assusta. Principalmente aos preconceituosos.

Quem ainda tiver dúvidas, experimente perguntar ao ser mais sincero e sensível, que é uma criança, se ela achou legal que no ano em que Tramandaí faz 60 anos, a tainha na sua festa, esteja de Roupa Nova.

Paulinho Rícoli. Secretário municipal de Cultura de Tramandaí

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