Economia – Dólar cai e fecha a R$ 4,77, menor patamar em mais de um ano e bolsa arranha recorde do ano passado

Dólar fecha em queda, no menor patamar em mais de um ano. Valter Campanato/Agência Brasil

Movimento ocorre em meio a perspectiva mais positiva sobre cenário local e com proximidade do fim do ciclo de alta de juros no exterior. Queda no ano passa os 9%

O dólar fechou no menor patamar em mais de um ano ante o real nesta segunda-feira, seguindo sua recente trajetória de queda. A proximidade do fim do ciclo de altas de juros nos Estados Unidos e a melhora nas perspectivas recentes sobre o cenário local têm ajudado no desempenho positivo da moeda local.

O dólar caiu 0,90%, negociado a R$ 4,7751, após atingir a mínima de R$ 4,76. É a menor cotação de fechamento desde o pregão de 31 de maio de 2022, quando a divisa encerrou a R$ 4,7516.

Em junho, o dólar cai 5,87% ante o real. No ano, a queda acumulada está em 9,53%.

O pregão desta segunda-feira contou com menor liquidez pelo não funcionamento das bolsas americanas devido a um feriado. Ainda assim, o real mostrou um desempenho melhor contra pares no exterior, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

Diante do desempenho, para quem vai viajar para o exterior ou quer fazer investimentos lá fora, surge logo a pergunta: É hora de comprar? Ou a tendência é que a queda se acentue? Especialistas avaliam que há espaço para a divisa cair mais. A recomendação é de comprar aos poucos, para se formar a “cotação média”.

A bolsa não ficou atrás: encerrou o dia em 119.857 pontos, mas ao longo do pregão chegou a alcançar 119.939 pontos, acima do recorde de fechamento do ano passado, de 119.928 de 21 de outubro. Para quebrar a marca oficialmente, faltaram apenas 71 pontinhos.  

O otimismo marcou o dia desde a publicação do boletim Focus, do Banco Central (BC), que mostrou aumento nas previsões para o crescimento da economia e redução tanto da inflação quanto do juro básico no final do ano. A perspectiva de que, agora sim, é possível começar a cortar o juro básico, animou os negócios.

Analistas discutem, neste início de semana, não “se” o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai informar, por escrito, que vem aí a poda da Selic, mas em que termos. Conforme o boletim Focus, a projeção mediana (mais frequente) da inflação acumulada no ano é de 5,12%. Ou seja, se recuar mais 0,37 ponto percentual, ficaria dentro do teto da meta para o ano.

As apostas de corte se concentram no dia 2 de agosto. A perspectiva dominante, por enquanto, é de uma poda simbólica, de apenas 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 13,5%. É pouco, mas até o final do ano viriam novos desbastes, suficientes para levar o juro básico a 12,25%. Como não se trata assim exatamente de uma arrancada econômica, analistas usam a expressão “tá ruim, mas tá bom”, para constatar que o ambiente é melhor do que se esperava. Ou melhor, do que se temia.

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