Defesa de réu por atos neonazistas em Tramandaí ingressa com novo pedido de liberdade alegando tempo excessivo de prisão preventiva
Acusado teve capacete da Legião Hitlerista apreendido e é suspeito de ações extremistas
A defesa de réu por atos neonazistas em Tramandaí, no Litoral Norte, ingressou com novo pedido de liberdade alegando que o tempo de prisão preventiva é excessivo. O advogado Rafael Ptzinger diz que o acusado Israel Fraga Soares está há um ano e quatro meses detido sem desfecho do processo, precisando de cuidados extras por apresentar Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), autismo e incapacidade parcial de compreender os delitos praticados.
O réu foi preso no início de 2022 e, alguns meses antes, teve um capacete da Legião Hitlerista apreendido, além de outros materiais de apologia ao nazismo. Ele também participaria de grupos extremistas na deep web, o lado obscuro da internet. A Justiça informa que os prazos processuais estão dentro da normalidade e que o preso está recebendo todo atendimento possível e necessário.
Petzinger afirma que foram homologados laudos periciais que comprovam os transtornos e deficiências do seu cliente. O advogado entende que pelo fato de Israel ter cometido os atos antes dos 21 anos, não ter antecedentes criminais e ter incapacidade parcial, as penas imputadas poderiam ser reduzidas pela metade.
— Estamos tentando mostrar a todo instante que o réu precisa de atendimento, com riscos para saúde física e capacidade mental dele — explica Petzinger.
Ainda sobre o processo judicial, que está em segredo de justiça, o Poder Judiciário informa que o réu foi citado e a sua defesa apresentou resposta à acusação. Além disso, o houve o ingresso do novo pedido de liberdade. O processo está aguardando manifestação do Ministério Público sobre o pedido e ainda não há audiência designada.
Investigação
Israel foi preso em Tramandaí em janeiro de 2022 e em 2021 teve computador e um capacete da Legião Hitlerista apreendidos. Ele é apontado como participante de grupos na deep web contra negros, homossexuais e judeus. Segundo a polícia, ele seria um dos integrantes de um grupo com mais de 40 gaúchos, do qual participava também um adolescente de Lindolfo Collor, no Vale do Sinos, que executou e esquartejou um cachorro.
Na ocasião, o jovem alegou que não fazia apologia ao nazismo, afirmando que apenas gostava de ideias de Adolf Hitler e que um vídeo feito por ele em canal do YouTube, com o capacete que foi usado por soldados alemães na 2ª Guerra Mundial, não passava de brincadeira. Além do canal, Soares manteve dois perfis nas redes sociais, todos considerados como divulgadores de incitações contra minorias na sociedade.
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