Saúde e Bem Estar – O que comer e o que evitar na alimentação durante o tratamento para o câncer


Não é novidade que ter uma alimentação balanceada é o segredo para prevenir uma série de doenças. No caso do câncer, porém, além de impedir o desenvolvimento ou desacelerar o agravamento da doença, a escolha de alimentos também é chave para o sucesso do tratamento oncológico. Segundo especialistas, a desnutrição desses pacientes pode ser um problema. 

about:blank

Os tratamentos contra o câncer podem apresentar efeitos colaterais, desde os mais conhecidos, como queda de cabelo e diminuição da imunidade, até os mais comuns, mas pouco falados, como a perda de peso e inapetência. A baixa imunidade e a diminuição da massa muscular afetam diretamente a saúde do paciente em tratamento oncológico. 

— Uma alimentação equilibrada é fundamental durante todo o tratamento porque é o que garante que conseguiremos manter o estado nutricional do paciente. Com o estado mais adequado, é possível observar que esse paciente tolera melhora os efeitos colaterais do tratamento e, automaticamente, tem uma recuperação mais rápida — explica a nutricionista do Centro de Oncologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Jalila Hamid. 

Segundo o Ministério da Saúde, para ter uma alimentação balanceada, é preciso fazer três refeições completas (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches (da manhã e da tarde) por dia. Nestes momentos, é importante incluir alimentos de todos os grupos, como cereais, leguminosas, proteínas, frutas, verduras e legumes. Para pacientes oncológicos, a receita perfeita é a basicamente a mesma. 

— De modo geral, pedimos que a alimentação tenha todos os componentes, macro e micronutrientes recomendados. Mas é preciso fazer uma avaliação com o paciente e observar de forma individualizada. Através dessa análise, podemos identificar como é o consumo alimentar desse paciente. Normalmente, eles já vêm com histórico de perda de massa, desnutrição ou deficiência vitamínica — acrescenta Jalila. 

Nestes casos, é necessário suplementar vitaminas, calorias e proteínas. A nutricionista conta que, com alguns pacientes, a suplementação inicia antes mesmo do tratamento oncológico, para minimizar os efeitos adversos antes de eles começarem a acontecer.  

— Nós sempre conversamos com o paciente para entender os hábitos alimentares dele para propor mudanças saudáveis. Durante o tratamento, tem gasto proteico, então incentivamos o consumo de proteínas. Falamos sobre a importância das frutas e verduras na alimentação e sobre a variedade alimentar ser fundamental para uma dieta balanceada — defende a nutricionista da Oncoclínicas Tatiane Fraga. 

O que deve ser evitado 

Da mesma forma que não existe um alimento mágico, capaz de curar ou prevenir o câncer, também não existe um produto considerado vilão. Durante o tratamento oncológico, o cuidado com a alimentação é apenas um dos muitos que o paciente deve ter, considerando que as terapias disponíveis contam com um olhar multidisciplinar para conseguir tratar e recuperar o paciente. 

— A dica é dar preferência para alimentos naturais. Miojo, salsicha, presunto, bacon e salame são exemplos de alimentos embutidos ou ultraprocessados que têm corantes, estabilizantes e conservantes na composição, então deveriam ser evitados — pontua Tatiane. 

Além dessas ressalvas, as nutricionistas também aconselham a redução do consumo de frituras, gorduras, açúcar e álcool, que também podem fazer mal para a saúde do paciente oncológico. Além de cuidar o que come, esse paciente também deve ter atenção para a forma de preparo dos alimentos. 

— Como o tratamento pode reduzir a defesa do paciente, nós pedimos para ter cuidado intensificado com a higiene, manipulação e armazenamento dos alimentos, que podem ser agentes transmissores de alguma doença. É importante higienizar frutas e verduras antes de comer, assim como cuidar com alimentos crus ou feitos fora de casa — ressalta Jalila. 

Segundo a nutricionista do Hospital São Lucas, o que os pacientes mais costumam sentir falta é do sushi, prato da culinária japonesa feito com peixe cru. As proteínas animais, como frutos do mar, carne e ovos, por exemplo, podem transmitir doenças quando não têm procedência segura, são manuseadas incorretamente ou não passam por processos de cozimento.  

— Os hábitos saudáveis são estimulados porque trazem benefícios antes, durante e depois do tratamento, então é recomendado que o paciente continue cuidando. Mas em alguns casos, orientações como o cuidado intenso com a higienização dos alimentos ou a exclusão do sushi da dieta, podem mudar de acordo com o desenvolvimento do tratamento e do paciente — conclui a especialista.  

Se inscreva em nosso canal do youtube.com/@tvnativoos, curta nossa página no facebookinstagram e veja nossa programação ao vivo pelo canal 6 da Claro Net ou pelo portal tvnativoos.com.br

Fonte: GZH