Tecnologia para monitoramento do solo pode avaliar eficiência de produtos de forma mais rápida
Evento no South Summit trouxe exemplos de soluções sustentáveis para a agropecuária
Tecnologias de coleta de dados dos solos podem avaliar em 72 horas se um novo produto utilizado foi eficiente, o que acelera um processo de avaliação que poderia demorar anos. Estas foram as informações trazidas por Octavio Gonzáles, responsável pelas áreas de Tecnologia e Inovação da Solena, empresa mexicana de soluções para monitoramento do solo, no evento Agricultural Food Production in a Sustainable Future, que integrou a programação do South Summit nesta quarta-feira e trouxe representantes de quatro diferentes empresas com soluções sustentáveis para a agricultura. A Solena desenvolveu um indicador de sustentabilidade que pode detectar mudanças sutis no manejo da fazenda, o que possibilita essa rápida identificação de eficiência.
Outra empresa que trouxe soluções inovadoras foi a SIA, consultoria voltada ao desenvolvimento sustentável no agronegócio com projetos como uma calculadora de carbono para sistemas pecuários, uma moeda digital que premia produtores que adotam boas práticas e tecnologia para identificação e rastreabilidade de bovinos. De acordo com o diretor de Negócios e Sustentabilidade da empresa, Davi Teixeira, uma das missões da SIA é levar aquele conhecimento científico produzido nas universidades diretamente para o campo, orientando produtores.
“Os olhares do mundo inteiro estão voltados para a pauta da mudança climática”, afirma Teixeira. Mas, segundo ele, ao mesmo tempo que os sistemas agropecuários emitem gases do efeito estufa, seja com rebanhos, uso de fertilizantes ou combustíveis, ele têm capacidade também de absorver esses gases da atmosfera. “E é muito importante que a gente aplique um conjunto de boas práticas para que o balanço de carbono seja neutro ou negativo”, enfatiza.
Nesse sentido, ele acrescenta que a agropecuária brasileira já é, em grande parte, sustentável. “Trabalhamos com pastagens, com integração lavoura pecuária, com plantio direto e com conservação da reserva naturais” exemplifica. Por isso, afirma que o grande desafio é encontrar métodos de mensuração dessa sustentabilidade para ganhar mais credibilidade entre importadores.
Outra empresa presente foi a Naveia, produtora de leite vegetal à base de aveia. “A gente entende que substituir o leite é o caminho, uma vez que o laticínio animal é um dos grandes vilões do meio ambiente” disse a co-fundadora da empresa Alexandra Söderberg. Segundo ela, para produzir um copo de leite animal é preciso de 18 vezes mais terra e muito mais água do que para produzir a mesma quantidade de leite de aveia.
Em iniciativa para produção mais sustentável de alimentos e geração de renda para trabalhadores rurais, a Naveia reflorestou 220 hectares de pasto degradado no sul do estado de Minas Gerais, onde hoje há mata nativa e produção de alimentos em sistema de agrofloresta. “O desafio que eu vejo é o de reprogramar as prioridades na nossa matriz produtiva”, afirmou Söderberg, ao lembrar que grande parte dos grãos produzidos no Brasil são utilizados para suprir necessidades da produção pecuária.
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Fonte: Jornal Correio do Povo