RS suspende participação de aves em exposições como prevenção à influenza aviária


Casos nos vizinhos Uruguai e Argentina, que teve mais uma confirmação no domingo (19), reforçam iniciativas no Estado

Em uma instrução normativa conjunta, as secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente do Estado suspenderam, por prazo de 90 dias, a participação de aves em exposições agropecuárias, como forma de reforçar a prevenção à influenza aviária. A doença teve mais um caso confirmado na Argentina, no domingo, o que amplia o alerta no Rio Grande do Sul e no Brasil. Maior exportador mundial de frango, o país nunca registrou a doença em seu território.

A decisão do RS de cancelar os eventos foi publicada no Diário Oficial do Estado de sexta-feira (17) e inclui “aves ornamentais, passeriformes, galinhas de raça pura e outras espécies,  inclusive de corte e postura comercial, bem como aves silvestres em cativeiro”. O documento acrescenta que o prazo de vigência poderá ser prorrogado “sem prévio aviso, considerando as condições epidemiológicas”. Consultada, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) recomendou a medida. A preocupação é em preservar os planteis comerciais do Estado. 

Na Argentina, o Senasa, órgão que cuida da sanidade no país vizinho, confirmou um novo registro da gripe aviária e Santa Fé, na localidade de Villa Cañás.  O diagnóstico veio a partir de análise laboratorial de amostras coletadas em galinhas e patos domésticos encontrados mortos. O serviço acrescenta estar trabalhando na região onde foi detetado o caso e também em Jujuy, Salta, Córdoba e Entre Ríos, na fronteira com o Uruguai, para reforço nos controles e medidas preventivas.

— Isso redobra os cuidados, estamos ampliando o alerta. O fato de que está no vizinho não quer dizer que vai chegar no Brasil mas, se chegar, estamos preparados — afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Ele esteve em Porto Alegre gravando vídeos institucionais para as redes sociais da entidade, destacando a necessidade de ampliar os cuidados já adotados. Segundo o dirigente, os procedimentos de biossegurança adotados e agora reforçados ajudam a explicar a condição diferenciada do Brasil em relação à influenza aviária — entre os grandes produtores globais, o país é o único que se mantém imune ao problema, alcançando um status diferenciado no mercado global.

Pelas regras da Organização Mundial de Saúde Animal, casos de influenza aviária de baixa patogenicidade ou de alta patogenicidade em aves silvestres ou de planteis domésticos não devem ser impeditivo para o comércio. 

— Temos de proteger os nossos planteis. O Brasil se orgulha de nunca ter tido um caso sequer — completa o presidente da ABPA.

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