Saúde e Bem Estar – Especialista explica até quando surgirão variantes da Covid-19


Pandemia entra em seu terceiro ano em 2023

pandemia provocada pelo coronavírus entra, em 2023, no terceiro ano. Apesar de ofertados gratuitamente, frascos e frascos de imunizantes correm risco de serem descartados devido à baixa procura pela vacinação contra a Covid-19, principalmente por aqueles que precisam tomar a dose de reforço recomendada pelas autoridades de saúde. Com isso, variantes e subvariantes, como a XBB.1.5, recentemente detectada no país, não param de surgir. E milhares de novos casos ainda são notificados pelo mundo.

De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Paola Resende, escutada pela Fiocruz, o tempo de atuação da Covid-19 é variável e dependerá diretamente sobre como a população se cuida ou não da doença no dia a dia. “Faz parte do processo natural de evolução do SARS-CoV-2 adquirir novas mutações para se adaptar à população. Enquanto o vírus circular em altas proporções, existe a possibilidade de surgimento de novas variantes. Por isso, o ideal é que a gente reduza ao máximo essa circulação”, aponta. 

No contexto de infecções por Covid-19, ela ressalta que a vacinação é fundamental pois contribui para o vírus circular menos e reduz a possibilidade de gravidade daqueles indivíduos infectados. Medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, também são importantes quando o indivíduo estiver exposto a aglomeração. 

Preocupação com variantes 

Dentre as variantes observadas no Brasil, a especialista destaca que todos os casos sequenciados são da ômicron. Entre as subvariantes, a maior parte das linhagens sequenciadas em dezembro foi de BQ.1.1, com 58 genomas (50% do total), e BQ.1, com 24 genomas (21% do total). Ambas são sublinhagens de BA.5 que estão sob monitoramento porque possuem mutações adicionais no genoma.  Também houve detecção de BA.5, com 11 genomas (quase 10% do total). 

Nem todas as variantes, conforme a pesquisadora, oferecem grandes riscos em potencial. “Todas são monitoradas, mas temos diferentes classificações, dependendo do impacto global ou regional. As de preocupação são aquelas que se expandiram globalmente. Alfa, beta, delta e dama circularam no passado”, esclarece.

Mutação

A Rede Genômica Fiocruz inferiu a frequência de variantes que têm a mutação Spike_69/70del. Ela corresponde à perda de dois aminoácidos no genoma viral, alteração que pode ser detectada por exames de diagnóstico, como o PCR, sem a necessidade do sequenciamento do genoma total do vírus.

O pesquisador Tiago Gräf destaca que apenas por meio do sequenciamento genético do vírus será possível confirmar que o aumento de prováveis variantes XBB deve-se à linhagem XBB.1.5 “Portanto, fica clara a necessidade da manutenção das redes de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no país, assegurando recursos financeiros e o fluxo de amostras para laboratórios capacitados a produzirem os genomas e analisarem os dados com celeridade”, afirma. 

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Fonte: Correio do Povo