Produção nacional de trigo cresce 24%
Volume de 9,5 milhões de toneladas é recorde
A produção nacional de trigo em 2022 foi de 9,5 milhões de toneladas, segundo recorde consecutivo e 24% a mais do que em 2021, com 7,67 milhões de toneladas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Rio Grande do Sul a colheita já está concluída foi de 4,97 milhões de toneladas, 46% a mais que em 2021, quando foi de 3,4 milhões de toneladas.
A alta na produção está ligada a boas expectativas de remuneração dos produtores, que aumentaram a área plantada este ano, como afirma o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri. “Atualmente, temos a tranquilidade de que o trigo possui um espaço generoso no estado, por suas alternativas de mercado, como o moageiro, de exportação, para ração, etanol, entre outros, e pelo avanço tecnológico da genética, em que a cultura é uma das principais expoentes nesse quesito”, diz.
Rugeri afirma que o Rio Grande do Sul deve continuar expandindo a área plantada no ano que vem. “O cenário é positivo e o produtor quer. Tenho a convicção de que a safra de 2022 será um divisor de águas entre o produtor de trigo e o triticultor”, considera. O cenário favorável se repetiu em Santa Catarina, que também teve safra recorde. Segundo nota da Biotrigo, a boa safra ajudou a balancear o fluxo de safra depois das quedas de produção decorrentes da estiagem, no verão.
“Tivemos uma seca bem grande na soja e no milho, então ficamos com um prejuízo e o trigo veio para ajustar as contas, nos dando um auxílio enorme”, diz o agricultor de Tapera, no Rio Grande do Sul, Alexandre Picinin. A média de produção de Picinin foi de 86 sacas por hectare e, a produtividade, de 100 sacas por hectare. “Um fator que evoluiu consideravelmente nos últimos anos foram as cultivares, que cada vez mais saem melhores em questão de produtividade e fitossanidade. Isso nos anima muito”, considera o produtor.
Ao mesmo tempo, outros estados de grande produção no país não alcançaram altas equivalentes. No Paraná, a produção foi de 3,38 milhões de toneladas, resultado que não corresponde ao potencial do Estado, mas, ainda, 5% maior que o produzido em 2021, de acordo com análise da Biotrigo.
“No norte e centro-oeste paranaense, a queda na produção foi decorrente da falta de chuvas até o mês de agosto. Já nas demais regiões, as geadas e chuvas na colheita reduziram não só o volume, como também a qualidade”, diz o analista de trigo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral/PR), Carlos Hugo Godinho. Mesmo assim, ele afirma que a área plantada do estado pode aumentar na próxima safra, principalmente em regiões com possibilidade de atraso da colheita de soja.
Na principal região produtora de São Paulo, a produção foi afetada por chuvas e geadas este ano, mas, segundo o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner, isso não deve causar diminuição de área no ano que vem.
Fonte: Jornal Correio do Povo/ Biotrigo