O inverno deste ano no Sul do Brasil tem o potencial de ser um dos mais rigorosos dos últimos anos


A análise é baseada no que já foi registrado até agora em junho e nas projeções para o restante da estação. No entanto, embora o frio seja intenso em certos períodos, não se espera que ele persista ao longo de toda a estação. Há expectativa de momentos de temperaturas mais amenas e até calor no final de agosto e durante setembro, o que é comum na maioria dos anos. Entretanto, a intensidade e a frequência das massas de ar frio parece ser mais elevada neste ano desde o final de maio.

Historicamente, os meses de junho e julho apresentam as menores temperaturas do inverno no Centro-Sul do Brasil, enquanto agosto e setembro tendem a ser mais quentes, com dias de calor intenso, com marcas próximas ou superiores a 35°C, típicas de um verão. O inverno climático, definido pela climatologia, começou no primeiro dia de junho e vai até 31 de agosto, sendo uma estação fixa que permite comparações precisas. Já o inverno astronômico, que é determinado pela data do solstício, tem início nesta noite, às 23h42, e também é caracterizado como o período mais frio do ano no Sul do Brasil.

Durante o inverno no Sul, as jornadas mais rigorosas costumam ocorrer sob a influência de ciclones extratropicais no Atlântico Sul, que impulsionam massas de ar gelado para a região. Quando esses ciclones são intensos, os gaúchos podem enfrentar o famoso vento Minuano, sensação térmica negativa, mínimas extremamente baixas, geada abrangente e até mesmo neve. Os ciclones mais fortes podem gerar rajadas de vento no Rio Grande do Sul, que superam os 100 km/h no Sul e Leste do estado, além de ressacas marítimas no litoral e uma sensação térmica ainda mais baixa.

A previsão para este inverno indica temperaturas perto da média no Rio Grande do Sul, com a possibilidade de alguns locais, como o Oeste e o Sul do estado, registrarem temperaturas mais baixas que o normal. Em Santa Catarina e no Paraná, a estação não deverá apresentar grandes desvios em relação à média. Contudo, no Paraná, espera-se que parte do estado tenha temperaturas ligeiramente acima da média.

Com base nas condições observadas até os primeiros 20 dias de junho e nas projeções para o final deste mês e julho, é possível que o trimestre de inverno de 2023 seja o mais frio em anos, especialmente no Rio Grande do Sul. Esse inverno poderá ter a menor temperatura média desde 2022, com uma probabilidade maior de ser mais frio do que o de 2018, mas ainda mais próximo de 2022.

Nos últimos anos, o inverno de 2016 foi o mais severo, com um grande número de dias com temperaturas abaixo de zero no Sul do Brasil. Já 2017 apresentou uma estação mais quente do que a média. Em 2018, o Rio Grande do Sul teve um inverno mais frio que o habitual, enquanto o Paraná experimentou temperaturas mais altas.

Os anos de 2019 e 2020 também foram mais quentes que o normal. Em 2021, os sinais foram mistos, com temperaturas variadas. Entre 2022 e 2024, os invernos apresentaram temperaturas acima da média. Vale lembrar que, embora as médias trimestrais possam sugerir uma estação mais quente, elas não refletem os extremos. Por exemplo, em 2022, o final de junho e a primeira metade de julho apresentaram temperaturas tão baixas quanto as observadas nas mesmas datas desde o ano 2000.

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