G20 publica declaração de líderes tratando de fim de guerras e taxação de ultrarricos

Nesta segunda-feira, os países concordaram com duas alterações, em relação ao que foi acertado por diplomatas ao longo dos últimos dias | Foto: MANUEL BALCE CENETA / POOL / AFP

Texto foi assinado de forma conjunta e não faz condenações a Rússia e Israel

O G-20 conseguiu chegar a uma declaração final conjunta assinada por seus países integrantes. O texto foi divulgado no início da noite desta segunda-feira, 18. A ameaça do presidente da Argentina, Javier Milei, de não se juntar a um comunicado comum não se concretizou. O argentino, no entanto, anunciou que fez objeções ao texto. Mas elas foram registradas apenas verbalmente, após a adoção do comunicado por todos. O capítulo mais delicado do documento é o referente à geopolítica. Havia divergência entre as nações sobre como abordar as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
A saída para chegar a um texto de consenso foi não fazer condenações nem à Rússia nem a Israel. Os países voltaram atrás, no entanto, na proposta inicial de não mencionar a palavra “guerra” – uma demanda do bloco mais pró-Rússia – e incluíram o vocábulo no texto. Eles retomaram a linguagem usada no comunicado do G-20 do ano passado, na Índia, que usou o termo guerra – e já poupava Moscou.

Nesta segunda-feira, os países concordaram com duas alterações, em relação ao que foi acertado por diplomatas ao longo dos últimos dias. Após pressão dos europeus, as nações incluíram uma condenação a ataques à “infraestrutura” dos países.

Até esta segunda-feira, 18, europeus pressionavam a cúpula para incluir uma condenação mais dura à Rússia, com menção específica aos ataques à infraestrutura de energia ucraniana feitos por Moscou no domingo.

No trecho relativo à guerra na Ucrânia, o texto do G-20 diz: “Destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, às cadeias de abastecimento, à estabilidade macrofinanceira, à inflação e ao crescimento”. O grupo ainda fala: “Saudamos todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura, defendendo todos os Propósitos e Princípios da Carta das Nações Unidas para a promoção de relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre as nações”.

Com relação ao conflito entre Israel e o Hamas, que tem escalado desde outubro do ano passado e atinge, além de Gaza, o Líbano, os países do G-20 afirmam: “Expressando a nossa profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e a escalada no Líbano, enfatizamos a necessidade urgente de expandir o fluxo de ajuda humanitária e reforçar a proteção dos civis e exigir a eliminação de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em grande escala”.

O grupo destaca “O sofrimento humano e os impactos negativos da guerra”. Eles também falam na existência de dois Estados.

O presidente da Argentina, Javier Milei, assinou com ressalvas a declaração final de líderes do G-20, abrindo espaço para que a cúpula promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegue a um entendimento comum. No entanto, Milei não endossou parte do conteúdo e denunciou uma “crise” no sistema multilateral. Ele rejeitou temas ligados ao desenvolvimento sustentável, a Agenda 2030 das Nações Unidas.

Fonte: Correio do Povo

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