Economia – Cota de financiamento para imóveis de até R$ 1,5 milhão será reduzida pela Caixa; entenda o que muda


Novas compras exigirão valor maior de entrada dos consumidores, que também não poderão ter outro aporte habitacional ativo com a instituição bancária. Alterações ocorrem diante do aumento dos saques da poupança, que é a fonte dos recursos utilizados pelo banco

A partir de novembro, a Caixa Econômica Federal realizará mudanças nos financiamentos de imóveis de até R$ 1,5 milhão e exigirá valor maior de entrada.

Conforme informações do banco, os empréstimos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para compra ou construção individual serão direcionados apenas para imóveis com valor de avaliação ou de compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão. Além disso, o cliente não poderá ter outro financiamento habitacional ativo com a Caixa.

Outra mudança relevante está relacionada às cotas de financiamento aceitas pelo banco. A partir de novembro, será de até 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Atualmente, o banco financia até 80% do valor do imóvel nesse sistema. No sistema Price, o financiamento passará a cobrir até 50% do valor do imóvel, em comparação aos 70% financiados atualmente.

No sistema SAC, o valor total das prestações pagas diminui ao longo do tempo, devido à parcela decrescente de juros. Já no sistema Price, o valor das prestações permanece constante durante o prazo contratado.

Na prática, essas mudanças significam que os compradores precisarão de um valor maior de entrada para adquirir o imóvel. Por exemplo:

Financiamento no sistema SAC

  • Hoje: se um imóvel vale R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 640 mil (80%), e o comprador paga R$ 160 mil de entrada (20%).
  • A partir de novembro: o mesmo imóvel de R$ 800 mil terá R$ 560 mil (70%) financiados pela Caixa, e o comprador deverá desembolsar R$ 240 mil (30%) como entrada.

Financiamento no sistema Price

  • Hoje: para um imóvel de R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 560 mil (70%). Nesse caso, o mutuário paga 30% de entrada, ou seja, R$ 240 mil.
  • A partir de novembro: o mesmo imóvel de R$ 800 mil terá até R$ 400 mil (50%) financiados pela Caixa. Os outros 50%, por sua vez, ficam a cargo do tomador (R$ 440 mil).

As mudanças nas cotas de financiamento e a limitação de valor a R$ 1,5 milhão não se aplicam a imóveis vinculados a empreendimentos financiados pela Caixa, que seguirão as regras atuais. Além disso, os imóveis já adquiridos não terão alterações nas condições de financiamento. A Caixa não informou se as novas medidas terão validade temporária.

Recursos

A redução das cotas de financiamento e a limitação no valor dos imóveis ocorrem diante de uma crescente demanda no mercado imobiliário e do aumento dos saques da caderneta de poupança, que é a fonte dos recursos utilizados pela Caixa nos financiamentos via SBPE.

Em nota, a Caixa informou que a carteira de crédito habitacional do banco deve ultrapassar o orçamento previsto para 2024. A instituição é responsável por quase 70% do mercado de crédito imobiliário. Até setembro deste ano, foram concedidos R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023, totalizando 627 mil financiamentos.

Com relação às operações com recursos da poupança (SBPE), a Caixa possui uma participação de 48,3% no mercado, o que equivale a R$ 63,5 bilhões em operações até setembro.

“A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao Governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado”, informou o banco em comunicado oficial.

Fontes: Globo.com e GZH

Curta, compartilhe e inscreva em nosso canal do youtube.com/@tvnativoos, curta nossa página no facebook, instagram e veja nossa programação ao vivo portal www.tvnativoos.com.br