Reconstruir RS – Os aeroportos do RS que a Infraero aceitou assumir e do que precisam para ter voos


Governo federal encerrou uma vistoria e agora começa a negociar com as companhias aéreas

Com o fechamento do aeroporto de Porto Alegre por meses, outros empreendimentos do Interior enxergaram a possibilidade de receber investimentos para suprir alguma parte da demanda por voos. Não é simples e exige dinheiro, mas reuniões e propostas estão a todo vapor. Secretário Nacional de Políticas para o Turismo, Milton Zuanazzi encerrou uma rodada de vistorias em Canela, Caxias do Sul, Vacaria e Torres. Segundo ele, a Infraero aceitou operar aeroportos e, agora, negociará com as companhias aéreas.  

Por que visitou estes aeroportos? 

Porque atenderiam Serra, Porto Alegre e Região Metropolitana, realmente prejudicados hoje. Os demais do Estado, como Santo Ângelo, Santa Maria, Uruguaiana e Pelotas, atendem demandas longínquas. 

O que será feito em relação aos aeroportos que visitaram?

A única coisa inegociável é a segurança de voo. A Base Aérea de Canoas é um aeroporto que opera em situação precária, estamos em um shopping, levando as pessoas de ônibus, não há esteira de bagagem. Vale para os aeroportos do Interior. Não precisamos ter um terminal perfeito. Trouxemos Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), para homologar a operação, e Infraero, da qual obtivemos o “ok” de que se considera apta a operá-los. 

E qual o próximo passo? 

Infraero está nos passando uma série de coisas a fazer. Canela, por exemplo, tem uma operação bem diferente de Vacaria e um pouco diferente de Torres. Canela é uma operação pequena, para aeronaves de menor porte, mas possível. Vacaria tem uma pista bastante boa, longa, feita para carga, mas não tem terminal de passageiros. Torres tem uma pista de 1,5 mil metros, com um pequeno terminal, mas possui um, e com a vantagem de dar suporte à Região Metropolitana. A Secretaria de Aviação Civil já está vendo as outorgas, que em Torres e Canela estão com o Estado.  

Precisa de obras? 

A Infraero aportaria carro de bombeiro, estação meteorológica, equipamento de sinalização etc, mas aguarda a outorga. Tem algumas obras pequenas em pistas a serem feitas em Torres e Vacaria. A de Canela é um pouco mais complexa, porque é um alargamento da pista. Mas todas são possíveis e passíveis de operação em um prazo curto, antes que o Salgado Filho esteja de volta. 

Quais são os prazos para os voos? 

Trabalhamos com prazo máximo até agosto para os três, mas Vacaria e Torres podem ter operação mais imediata. Vacaria já com aeronaves maiores e Torres, no primeiro momento, sem a selagem da pista. Agora, começa a conversa com as empresas aéreas, que precisarão instalar suas estruturas e depende do interesse comercial. Tive reunião com a associação das empresas, que têm a maior boa vontade do mundo, mas sabemos que tem processos não tão rápidos às vezes. A partir do momento em que a empresa aérea aceita, em 30 dias podemos estar operando Torres e Vacaria. Entre 60 e 90 dias, Canela. 

Quantos voos projetam? 

No caso de Vacaria, cabem até quatro aeronaves. Dá para fazer dois voos por hora. No caso de Torres, cabem umas três. Você teria 10 operações diurnas, tranquilamente. Depois, vêm os equipamentos noturnos.  

Acha possível antecipar a reabertura do aeroporto de Porto Alegre, prevista pela Fraport para dezembro, mas cogitada para outubro? 

Sim. Tenho uma expectativa muito positiva de que alguma operação possa começar antes, mas não há como afirmar sem os resultados dos exames da pista. 

E como avalia receber mais voos ainda nos demais aeroportos do interior gaúcho, inclusive mantê-los após a volta do de Porto Alegre?  

Acho que é plenamente possível. As empresas evidentemente vão estudar a demanda. Além de Caxias do Sul, que precisa dessas obras com uma certa urgência, podemos crescer em Santo Ângelo, atendendo à demanda de aporte de combustível. É possível aumentar em Santa Maria também.  

Havia se discutido a possibilidade de ter algum amparo legal para que não se cancele reservas em hotéis, mas que se remarque. Avançou? 

Foi aprovado projeto de lei ontem à noite na Câmara (dos Deputados), já tinha passado no Senado e agora está em sansão presidencial. Está para entrar a qualquer momento no Diário Oficial e eles poderão fazer as remarcações. É um problema sério para as empresas de turismo. 

Fonte: GZH