Saúde e Bem Estar – Porto Alegre tem mais de 260 casos suspeitos de leptospirose

Para evitar o contato com um ambiente contaminado, infectologistas recomendam o uso de botas e luvas durante a limpeza | Foto: Ricardo Giusti/Reprodução TV Nativoos

Secretaria Estadual da Saúde confirma 19 casos de leptospirose

As inundações propiciam a disseminação e a persistência da leptospirose nos ambientes, facilitando a ocorrência de surtos. Pessoas que tiveram contato com água contaminada, no início do mês de maio, já começam a apresentar sintomas da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre registra 268 suspeitas em investigação. No Hospital São Lucas da PUCRS tem três casos e no Hospital de Clínicas, quatro casos suspeitos. A Santa Casa de Porto Alegre está com 13 casos em investigação.

Casos confirmados

A Secretaria Estadual da Saúde informou que realiza o monitoramento de casos suspeitos e, até essa segunda-feira, registra 304 casos em investigação e 19 confirmados.

A morte por leptospirose de um homem de 67 anos, residente de Travesseiro, no Vale do Taquari, foi confirmada pela Secretaria Estadual da Saúde. O fato ocorreu na sexta-feira, a secretaria municipal de saúde declarou no domingo.

Em Santa Cruz, de acordo com a coordenadora do Setor de Vigilância e Ações em Saúde, Francine Braga, a cidade já registrou 47 notificações da doença. Seis casos foram confirmados, 19 descartados e 22 ainda aguardam resultados de exames.

Durante um encontro virtual, organizado pela Sociedade de Infectologia Gaúcha (SGI), o especialista Cesar Richie observou que o uso de materiais de proteção, como luva e botas, devem ser usados, também, durante a limpeza das casas e locais que foram alagados.

“A exposição vai ser muito maior agora, com as pessoas retornando e limpando. Entrando neste barro”, disse. O infectologista também ressaltou que as suspeitas de casos em abrigos devem ser encaminhadas para atendimento médico. E que o ideal seria ter os testes para a confirmação da doença nos próprios abrigos.

Uma nota técnica conjunta da Sociedade Brasileira de Infectologia, da Sociedade de Infectologia Gaúcha e da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul indica a quimioprofilaxia na leptospirose em grupos considerados de alto risco.

Entre eles estão as equipes de socorristas de resgate e voluntários com exposição prolongada a água de enchente, nos quais os equipamentos de proteção individual não são capazes de prevenir a exposição. Além de pessoas expostas à água de enchente por período prolongado com avaliação médica criteriosa do risco dessa exposição.

Período de incubação

De acordo com o Ministério da Saúde, a leptospirose apresenta um risco de letalidade que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Ela é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela bactéria Leptospira; sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas.

O intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o início dos sintomas – que é o período de incubação da bactéria – pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.

Sintomas

Os principais sintomas são: febre, dor de cabeça, dor muscular – principalmente nas panturrilhas – , falta de apetite, náuseas ou vômitos.

Fonte: Jornal Correio do Povo

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