Clima- Dezembro com o El Niño no seu máximo, Rio Grande do Sul terá mais um mês de chuvas abundantes
Mês será de muita chuva, ao contrário dos últimos anos, que tiveram influência do La Niña
Os gaúchos seguirão convivendo com grandes volumes de chuva, acima da média, no mês de dezembro. A previsão é de um mês chuvoso, a exemplo do que ocorreu em outubro e novembro. No Rio Grande do Sul, o mês terá chuva acima da média e temperaturas próximas da média ou abaixo, com alguns dias de calorão.
O Estado está sob influência do El Niño de forte intensidade, diferente do que ocorreu nos últimos três anos, quando a influência do La Niña provocou dezembros secos e com estiagem no Rio Grande do Sul.
O mês de dezembro marca o começo do chamado verão climático que compreende o trimestre de dezembro a fevereiro, assim como o início do verão astronômico que terá início à 0h27 do dia 22 de dezembro. O mês, historicamente, marca um aumento expressivo no número de dias de calor no Sul do Brasil e da frequência de chuva com incremento de volumes no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil à medida que começa a estação chuvosa nos estados do Centro do país.
Em Porto Alegre, por exemplo, a máxima média histórica de dezembro é de 30,0ºC, somente atrás das médias máximas de janeiro (31,0ºC) e de fevereiro (30,5ºC). Porto Alegre tem média de precipitação em dezembro de 112,1 mm, enquanto em agosto, por exemplo, a média é de 120,1 mm.
Chuvas acima de média
Assim como nos meses anteriores, a chuva seguirá acima da média em dezembro em muitas áreas do Sul do Brasil, com risco de excessos em parte da região. No Rio Grande do Sul, os mais altos volumes devem se dar nas metades Norte e Oeste.
Já no Sul do Estado, a precipitação pode ficar abaixo ou perto da média. Santa Catarina e o Paraná devem continuar com chuva perto e acima da média em grande parte dos municípios dos dois estados.
Temperatura em dezembro
Dezembro será outro mês de temperatura acima da média em grande parte do Centro-Sul do país, com marcas superiores à climatologia histórica na grande maioria dos locais do Centro-Oeste e do Sudoeste do Brasil.
Mais ao Sul do Brasil, repetindo o que ocorreu em novembro, temperatura perto da climatologia histórica e em algumas cidades até abaixo no Rio Grande do Sul. Não vai deixar de fazer calor em dezembro no Estado e alguns dias devem, inclusive, ser muito quentes. No entanto, o calorão não predominará.
Sobretudo na primeira metade do mês, haverá dias com marcas agradáveis por uma alta e atípica frequência de pulsos de ar frio passando pela Argentina.
Influência do La Niña nos últimos anos
Nos últimos três anos, o mês foi influenciado pelo fenômeno La Niña, o que trouxe pouca chuva e causou estiagem no Sul. Neste ano, ao contrário, o Pacífico está em uma fase quente com a presença do El Niño, de forte intensidade, e que brevemente ingressou no território de Super El Niño, no final de novembro, com anomalias de temperatura da superfície do mar acima de 2ºC no Pacífico Equatorial Centro-Leste.
O episódio de El Niño de 2023-2024 deve atingir seu pico agora neste fim de ano ou no máximo em janeiro.
O último boletim semanal do estado do Pacífico da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a agência de tempo e clima do governo dos Estados Unidos, indicou que a anomalia de temperatura da superfície do mar atingiu 2,1ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central.
Esta região é a usada oficialmente na Meteorologia como referência para definir se há El Niño e ainda avaliar qual a sua intensidade. O valor positivo de 2,1ºC está na faixa de El Niño muito forte ou intenso (+2,0ºC a +2,5ºC) e se trata da maior anomalia semanal observada desde o começo deste evento de El Niño e desde a semana de 17 de fevereiro de 2016, quando do Super El Niño de 2015-2016.
Fonte: Jornal Correio do Povo/ Foto Sandro Sauer Da PraiaNews