Clima – Casa de máquinas da Corsan desaba em rio de Três Passos após chuvas intensas, que já passaram de 596 milímetros

Estrutura havia sido construída em 2000 depois de enchente anterior | Foto: Christian Baum / Prefeitura de Três Passos

A quinta-feira é novamente um dia de intensas chuvas nas regiões Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul, castigando os moradores já afetados pelas tormentas dos últimos dias. Em diversos municípios, a chuva registrada é a maior da história, como em Crissiumal e Doutor Maurício Cardoso. Em Crissiumal, o prefeito Marco Aurélio Nedel afirmou que diversas pontes que passam sobre o rio Lajeado Grande, que liga o município a outros três da região, estão submersas. “Estamos em um momento em que o rio não para de subir. O pior ainda está por vir”, alertou ele.

No município, os maiores problemas foram na zona rural. “Em alguns lugares de Crissiumal, choveu 400 milímetros em uma semana, algo totalmente inédito. Estamos com uma frustração violenta nas safras de milho e soja”, afirmou Nedel, cuja Prefeitura estuda decretar estado de calamidade pública. Em Três Passos, a casa de máquinas da Corsan desabou com a força das águas no rio Erval Novo. A estrutura havia sido construída em 2000, após uma enchente anterior. A Administração afirmou que cobrou uma solução à companhia pública.

A chuva acumulada em Três Passos, segundo a Prefeitura, já chegou próxima a 586 milímetros. O município está sem abastecimento de água, “provocando graves consequências a hotéis, asilos, creches, escolas, empresas, além de residências”, afirmou, em nota. O município poderá decretar situação de emergência, e, caso a falta de água persista, poderá haver suspensão das aulas caso a água não retorne. Por enquanto, o abastecimento a estes locais é feito com uso de caminhão-pipa.

Lonas foram distribuídas aos moradores após queda de granizo no começo da semana. Os prédios do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e da Secretaria Municipal de Saúde, além de quatro escolas do campo, tiveram danos. Já em Doutor Maurício Cardoso, a cheia do rio Uruguai não superou as marcas de 22,40 metros de 1983, e próximo disto em 2014. No entanto, segundo a Prefeitura, nestas ocasiões, a chuva foi forte em Santa Catarina, diferentemente de agora, quando chove incessantemente nas Missões.

Somente nos balneários Londero e Ilhas do Chafariz, junto ao rio, e onde há muitas residências de veraneio, 402 casas e cinco estabelecimentos comerciais alagaram e 26 famílias ficaram desalojadas. Sete pontes foram interditadas pelas águas, das quais duas foram levadas pela correnteza. Em Doutor Maurício Cardoso, a contabilização é de 635 milímetros de chuvas em outubro, o maior índice já medido em um mês, e mais de 200 hectares de lavouras de milho estão embaixo d’água.

Fonte: Jornal Correio do povo/ Vídeo Cristian Baum -prefeitura

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