Destinos do Sul – laticínio de ovelha é o principal queijo gaúcho premiado em concurso nacional

Vencedores gaúchos da sexta edição da competição em Blumenau, Santa Catarina Arquivo Pessoal / Seapi/Divulgação;Reprodução TV Nsativoos

A Casa da Ovelha recebeu cinco medalhas na sexta edição do Prêmio Queijo Brasil, realizada em Blumenau, na última semana

É de um laticínio que fica dentro de uma casa de madeira com estilo italiano, pintada em tons azul piscina, que vem o principal queijo gaúcho premiado em concurso nacional na última semana. Famoso ponto turístico da Serra, localizada no Caminhos de Pedra, em Bento Gonçalves, a Casa da Ovelha foi a grande vencedora do Estado na sexta edição do Prêmio Queijo Brasil, realizada em Blumenau (SC). E o queijo Pecorino Toscano 500 dias, o motivo da festa.

Para a diretora de comunicação da empresa, Nicole Sachet Maso, a vitória é “resultado do trabalho diário”:

— Fizemos tudo com muito carinho para colocar produtos de qualidade na mesa das pessoas. Todos os queijos que inscrevemos no prêmio foram premiados, isso nos motiva e mostra que estamos no caminho certo.

Caminho, aliás, que tem história. A casa, que atualmente possui o laticínio que processa cerca de 250 mil litros de leite de ovelha por ano, foi construída em 1917 e já foi moradia, hotel e armazém de secos e molhados. Em 1980, prestes a ser demolida — na época, casa de madeira era sinônimo de pobreza —, o proprietário da rede Dall´Onder, Tarcísio Michelon, decidiu comprar o espaço para concentrar a produção de iogurtes que abasteciam o seu hotel. De lá para cá, virou o que é hoje: laticínio e ponto turístico, onde é possível acompanhar quase toda a cadeia produtiva dos ovinos — da amamentação dos filhotes à tosquia.

— Os hóspedes gostavam muito do produto. Vimos, então, um potencial de mercado. Teve-se a ideia de ampliar a produção e o seu Tarcísio comprou a casa e desenvolveu a rota turística que é hoje o Caminhos de Pedra — diz Nicole.

Atualmente, a Casa da Ovelha possui um rebanho que ultrapassa mil ovinos, todas da raça lacaune, voltada para a produção de leite. Cerca de 70% da matéria-prima é ordenhada no local e transformada em iogurtes, doces e queijos lá também. O restante é fornecido por pequenos produtores da região. Por mês, o laticínio produz cerca de 12 mil litros de iogurte, 300 quilos de queijo e 300 quilos de doce de leite.

A empresa também comercializa cosméticos à base de leite de ovelha e lanolina (gordura natural que fica entre a lã e a pele da ovelha), mas a produção e o processamento, neste caso, são terceirizados. E a lã retirada é vendida para empresas de móveis, para enchimento e revestimento de estofados.

No Prêmio Queijo Brasil, o queijo Pecorino Toscano 500 dias da Casa da Ovelha foi o único do Estado escolhido para a “Seleção Queijista” — lista de apenas dez queijos eleitos por um painel de especialistas de todo o Brasil. A empresa também ganhou duas medalhas de ouro pelos seus queijos, além de outras duas de prata e uma de bronze.

Nesta sexta edição, o Rio Grande do Sul como um todo também chamou a atenção. As queijarias gaúchas bateram recorde de medalhas. Foram 15 ouros, 24 pratas e 17 bronzes, totalizando 56 premiações dentre os mais de mil queijos inscritos de todo o país. Das medalhas de ouro, três foram para queijos serranos, quatro para queijos coloniais e as demais para queijos autorais ou finos.

Confira as queijarias medalhistas desta edição:

  • Fazenda Três Montes: um ouro e uma prata
  • Queijaria Pelizzari:  um ouro e uma prata
  • Casa da Ovelha: Seleção Queijista (Pecorino Toscano 500 dias), dois ouros (Pecorino Toscano 500 dias e 270 dias), duas pratas (Pecorino 90 dias e Queijo Árabe Labneh Natural) e um bronze (Queijo Fresco)
  • Granja Cichelero: um ouro, quatro pratas e três bronzes
  • Dorf Queijaria: um ouro e uma prata
  • Queijaria Dico Borges: um ouro
  • Queijaria Valbrenta: um ouro e duas pratas
  • Queijaria Don Boschi: um ouro
  • Agroindústria Camponês: um ouro, uma prata e um bronze
  • Porão do Queijo Suíço: um ouro, uma prata e três bronzes
  • Terroir da Vigia: dois ouros, duas pratas e dois bronzes
  • Queijos D’Nena: um ouro, duas pratas e três bronzes
  • Matuto Queijos Artesanais: um ouro e uma prata
  • Queijaria Estância Vovô Manoel: duas pratas
  • Laticínio Bella Vista: um bronze
  • Reginato Laticínios: uma prata e um bronze
  • Agroindústria Dom Manuel: um bronze
  • Alvorada Missioneira: uma prata
  • Queijaria 4ES: duas pratas e um bronze

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Fonte: GZH