Segurança – Músico preso durante baile em Morro Reuter é indiciado por importunação sexual 


Homem que animava evento teria colocado a mão nas nádegas de uma mulher enquanto tiravam foto

O cantor Flávio Dalcin, 62 anos, vocalista da Banda Ouro, foi indiciado nesta quinta-feira (6) por importunação sexual de uma mulher de 29 anos. O episódio aconteceu em um baile em Birckenthal, localidade de Morro Reuter, no Vale do Sinos, no início de março.

Conforme o relato da vítima, o homem, que se apresentava no evento, teria colocado a mão por dentro da calça dela e apalpado as nádegas quando ela e outras mulheres foram até o palco para tirar fotos. O fato ocorreu por volta das 4h, momento em que o baile estava encerrando. Mulheres presentes no local testemunharam o ocorrido e chamaram a Brigada Militar. O homem foi preso e levado até a Delegacia de Pronto Atendimento de Novo Hamburgo, após pagar fiança o músico foi solto.

Posteriormente, foi instaurado o inquérito policial na delegacia de Dois Irmãos. Conforme o delegado Felipe Borba, responsável pelo caso, após ouvir testemunhas e o acusado, e diante das provas colhidas, a polícia entendeu que o relato da vítima merece credibilidade e concluiu o inquérito nesta quinta-feira com o indiciamento.

Ao todo, nove pessoas foram ouvidas, além do acusado e da vítima. Segundo o delegado, ao menos uma testemunha afirmou que viu com nitidez o movimento narrado pela vítima, o que caracterizaria a importunação sexual. Outras chegaram a perceber algum tipo de movimento por parte do acusado no mesmo sentido.

Três testemunhas indicadas por Dalcin, que são também integrantes da banda do músico, deram declarações na mesma linha do acusado, no sentido de que não teriam percebido nenhum tipo de ação ilícita. Eles também relataram que acreditavam que o ato não seria fisicamente possível, porque o cantor estaria em cima do palco no momento da fotografia.

Contudo, de acordo com o delegado, os outros relatos contradizem essa versão. Além disso, uma testemunha afirmou que Dalcin teria realizado atos semelhantes com outras mulheres no evento. Dalcin negou a ação e afirmou que em nenhum momento deslocou as mãos para a região da cintura da vítima. Ele alegou que, para organizar a fotografia, teria tocado no ombro de uma das participantes da foto.

— A nossa conclusão é no sentido de que a palavra da vítima foi respaldada por outros testemunhos e que, ao contrário, não foram na mesma linha da negativa pura e simples por parte do interrogado — declarou Borba.

O inquérito concluído será agora encaminhado ao poder judiciário. O Ministério Público avaliará se oferecerá uma denúncia, se requisitará outras diligências ou se solicitará o arquivamento do caso.

Contraponto

O advogado de Flávio Dalcin, Stenio Zakszeski, se manifestou frisando que o fato não aconteceu. Ele também repudiou o prejuízo à imagem do cliente.

— São 40 anos de história de baile, sem nenhum tipo de situação dessas, nenhuma ocorrência ou qualquer reclamação nesse sentido. O Flávio não fez isso. E o indiciamento por parte da polícia é apenas a fase embrionária do processo. A partir do processo vai ser tudo explicado pela defesa. O prejuízo já é enorme para a imagem — destacou.

Zakszeski reiterou a inocência de Dalcin, bem como sua “reputação ilibada”, em uma “vida inteira dedicada às pessoas por meio de sua música”.

— Em relação às testemunhas, ao contrário do que foi dito pela polícia, no inquérito, o único relato coerente e harmônico é o do Flávio e de suas testemunhas. Acreditamos que o Ministério Público sequer vai oferecer denúncia, tendo em vista a fragilidade e incongruência dos indícios apresentados — acrescentou.

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Fonte: Gaucha ZH