Retorno da cobrança da conta de água cria dúvidas em consumidores da região Metropolitana atingidos pela cheia

Foto: Camila Cunha

Alguns clientes da área de concessão da Corsan/Aegea já estão recebendo faturas de consumo de julho

Dois meses depois da enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul, alguns moradores da região Metropolitana voltam a receber contas de consumo de seus imóveis atingidos. Um destes casos é o do morador do Centro de Eldorado do Sul, Roger Azevedo, que viu sua casa ser atingida com mais de 1,5 metro de água. Passado o período de limpeza para restabelecer o espaço, ele se assustou ao receber a conta, com valor considerado por ele como mais alto que o usual.

“Tivemos que limpar tudo por bastante tempo, confiante de que não seria feita a cobrança desse consumo durante o período. Muita gente fez o mesmo. Nas redes sociais, descobri que outras pessoas estavam recebendo contas altas, que beiravam os R$ 1 mil. Eu sei que muita gente usou lava-jato até para limpar as roupas, pois todo esse processo consome muita água, e que não teve mais isenção da conta”, lamentou.

Eldorado do Sul é uma das cidades da região Metropolitana atendida pela Corsan/Aegea. A companhia confirmou que a conta de consumo de água já voltou a ser cobrada para um grupo de clientes. Segundo a empresa, o plano estrutura junto ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e com a Defensoria Pública do Estado previa que clientes atingidos e inscritos na tarifa social teriam isenção de seis meses, de maio a outubro.

Já os clientes atingidos pela enchente e não inscritos na tarifa social ficariam isentos por dois meses, entre maio e junho, com a cobrança retornando em julho. Os consumidores que ficaram sem abastecimento durante a cheia, não pagaram a taxa básica do serviço no mês de maio, sendo cobrados somente o consumo do período.

Porto Alegre teve um mês a mais de isenção

Na Capital, o cenário é diferente. Os consumidores da água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), terão um mês a mais de isenção, após acordo assinado com o MPRS no início de julho. O benefício é destinado para os clientes atingidos pela enchente não inscritos na tarifa social. Com a prorrogação, a isenção vale para os meses de maio, junho e julho.

Já os usuários com benefício da tarifa social, cadastrados no Bolsa Família, permanecem com isenção de todas as tarifas até outubro. Já no caso dos usuários de categorias não sociais, com moradia em áreas não alagadas, mas com desabastecimento prolongado de água, é realizada medição pelo consumo apurado nos hidrômetros, limitado à média do ramal.

Segundo o Dmae, essa medição é vantajosa para quem teve desabastecimento prolongado, visto que a medição por média considera o consumo dos últimos seis meses. Se o consumo medido for maior que a média, cobra-se a média.

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