Redução nas doações de sangue e aumento da demanda preocupa durante festividades de fim de ano, alerta hematologista


No Dia Nacional do Doador de Sangue, Dr. William Scheffer Chaves aponta necessidade de reforço nos estoques


O período que compreende os meses de dezembro a fevereiro é considerado crítico pelos hemocentros em todo o país. A época que engloba as festividades de fim de ano e as férias de verão registra anualmente uma redução expressiva nas doações de sangue em detrimento de um considerável aumento da demanda, equação que provoca preocupação. No Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado neste 25 de novembro, o hematologista e hemoterapeuta, Dr. William Scheffer Chaves, afirma que o cenário é sempre motivo de atenção.

De acordo com a série histórica do Ministério da Saúde, a redução de doações de sangue entre o fim do ano e os meses de férias pode chegar a 30% em alguns hemocentros do país. Para Chaves, o fenômeno se repete todos os anos. “Isso ocorre em virtude do período de férias das pessoas, quando há um número maior de viagens e, consequentemente, observamos aumento na demanda de hemoderivados devido aos acidentes ocorridos”, explica

Além da promoção permanente de campanhas de conscientização e incentivo às doações regulares, o hematologista aponta algumas estratégias para amenizar os impactos nos estoques, sobretudo com a participação dos doadores regulares. “Para aqueles doadores voluntários, orienta-se que eles estando em tempo hábil de uma nova doação, realizem esse importante ato de solidariedade próximo ao fim de ano e também na época do carnaval”, reforça o especialista. 

Número de doadores no Brasil ainda é baixo

Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 3% a 5% da população precisa doar para abastecer os estoques de sangue. No Brasil, o índice é de 1,8%, segundo o Ministério da Saúde, número abaixo do recomendado. “A desinformação é a grande responsável por este desempenho. A doação de sangue é um procedimento simples e rápido. Observamos ainda muitos mitos, como por exemplo a falta de sangue para o organismo após uma doação. A afirmação é totalmente infundada, visto que o organismo repõe o sangue doado em até 48 horas”, esclarece Chaves.

O hematologista lembra que o sangue não pode ser fabricado, por isso a necessidade de doadores voluntários é essencial para salvar vidas. “A doação de sangue é um ato de compaixão. Uma pessoa necessitada irá ficar extremamente grata por receber o sangue mesmo que de uma pessoa desconhecida. E para o doador, fica o sentimento de poder ajudar o próximo”, pontua.

Seja um doador de sangue

Para ser um doador de sangue, Chaves reforça algumas recomendações importantes:

– Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação de sangue.

 – Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.

 – Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.

 – Pessoas com idade entre 60 e 69 anos só poderão doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos.

 – A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para o homem e de três doações de sangue anuais para as mulheres.

 – O intervalo mínimo entre uma doação de sangue e outra é de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Onde doar

O hematologista, Dr. William Scheffer Chaves, recomenda a doação de sangue diretamente no Hemocentro Regional de Passo Fundo, o Hemopasso. Para doação de sangue, o atendimento é de segunda a sexta, das 8h às 14h30min, sob agendamento prévio. Para cadastro de doador de medula óssea: de segunda a sexta, das 8h às 14h30min, sob  agendamento prévio.

Os agendamentos podem ser feitos pelo telefone (54) 3311.5555 ou (54) 3311.1427.

Procure o Hemocentro da sua cidade e faça a doação.

Procure o Hemocentro da sua cidade. Foto Marcelo Camargo- Brasilia