Nativoos Esportes – Ex-piloto de Fórmula 1 Wilson Fittipaldi morre aos 80 anos

Reprodução Redes Sociais

Pioneiro no automobilismo estava internado em São Paulo desde o final de dezembro

O ex-piloto de Fórmula 1 Wilson Fittipaldi Júnior morreu nesta sexta-feira aos 80 anos, em São Paulo. Pioneiro no automobilismo brasileiro, ele estava internado na capital paulista desde 25 de dezembro, segundo informações do Correio Braziliense.

Wilsinho estava internado no Hospital Prevent Senior na Zona Sul de São Paulo desde o Natal de 2023, mesmo dia em que completou 80 anos. Conforme relatado pela mulher Rita, o ex-F1 se engasgou com um pedaço de carne, sofreu uma parada cardíaca e foi hospitalizado, entubado e sob sedação. Submetido a uma traqueostomia, o ex-piloto chegou a ser extubado e foi transferido no dia 16 de janeiro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para um quarto do hospital.

Nascido em São Paulo em 25 de dezembro de 1943, Wilson era irmão mais velho do bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi. Os dois eram filhos do comentarista de rádio Wilson Fittipaldi.

Tanto “Wilsinho” quanto Emerson começaram a correr em karts na década de 1960. Wilsinho chegou à Fórmula 3 na década de 60, correndo pela categoria em 1966, na Europa. Mais tarde, ele voltou ao exterior mais vezes para correr novamente pela mesma modalidade em 1970.

Conforme o Correio Braziliense, o ex-piloto participou de 38 Grandes Prêmios de Fórmula 1 do Campeonato Mundial após a estreia, ocorrida em maio de 1972. Wilsinho chegou a criar a própria equipe, a Fittipaldi de Fórmula 1, que esteve ativa entre 1974 e 1982. Foi a primeira equipe brasileira no campeonato.

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O início nas pistas

Ainda jovem, Wilson Fittipaldi começou a se aventurar nas pistas com os karts que ele e seu irmão construíram, ainda no Brasil. Ele participou da Fórmula Vee (anteriormente chamada de Fórmula Vê) e competiu também na Fórmula 3 inglesa, em 1966.

No entanto, só retornaria à Europa em 1971, quando fez parte da Fórmula 2 e terminou em sexto lugar, competindo ao lado de Niki Lauda, Ronnie Peterson e Carlos Reutemann. Foram três vitórias em 11 provas para Wilsinho, que conseguiu, com isso, uma vaga na F1 no ano seguinte.

Brabham: o início na Fórmula 1

Wilson Fittipaldi começou sua carreira na Fórmula 1 na Brabham, ao lado de Reutemann e Graham Hill. Apesar de ser competitivo, não pontuou naquela temporada – sua melhor colocação foi um sétimo lugar, nas pistas da Espanha e da Alemanha, em uma época na qual só os seis primeiros ganhavam pontos.

Ele também participou da primeira corrida da F1 no Brasil em 1972 e alcançou o pódio, com o terceiro lugar. Porém, o evento em Interlagos era um teste de qualidade da pista e, portanto, não dava pontos para o campeonato.

No ano seguinte, Wilson terminou na 15ª posição no mundial de pilotos, pontuando na Argentina (sexto lugar) e na Alemanha (quinto).

Copersucar: o sonho realizado

Após duas temporadas na Brabham, Wilson não participou do campeonato em 1974. O motivo, no entanto, era nobre: focar na criação da primeira equipe brasileira na Fórmula 1. No ano seguinte, surgiu a Fittipaldi-Copersucar, que era baseada em São Paulo – fugindo do padrão da época, onde as equipes eram, em sua maioria, baseadas no Reino Unido. Aliás, a Copersucar foi a única equipe sul-americana da história da categoria.

Na primeira temporada da Copersucar, em 1975, Wilson Fittipaldi foi o único piloto da equipe durante todas as provas, com exceção da corrida na Itália, quando foi substituído por Arturo Merzario após quebrar um punho na prova anterior, na Áustria. Pela nova equipe, não pontuou: sua melhor posição foi o 10º lugar, no GP dos Estados Unidos (último da temporada).

Aquela seria a última temporada de Wilson Fittipaldi como piloto de Fórmula 1. Mas a trajetória de Wilsinho seguiu do lado de fora, comandando a nova equipe. Dentro das pistas, Emerson Fittipaldi trocou a grande McLaren pela equipe de sua família, em uma manobra arriscada. De lá, só saiu ao término da temporada de 1980.

Em 1982, os irmãos Fittipaldi resolveram fechar a equipe, que sofreu muitas críticas pelo desempenho ao longo dos anos. Ainda assim, a Copersucar-Fittipaldi conquistou três pódios durante os oito anos na categoria, sendo um deles com o 2º lugar no GP do Brasil de 1978.

Vida após a Fórmula 1

Wilsinho ainda participou de outras competições após deixar a F1. Na Stock Car, participou das temporadas de 1982 e 1983; nos anos 90, retornou em 1991, e também disputou em 1994, 1995 e 1996. Já em 2008, aos 65 anos de idade, ele se uniu ao irmão em parceria no Campeonato Brasileiro de GT3. Seu último projeto foi a organização da Fórmula Vee (antiga Fórmula Vê), justamente onde tudo começou.

Recentemente, Wilson Fittipaldi vivia em São Paulo e começou a apresentar problemas médicos: em novembro de 2019, o ex-piloto passou por cirurgia no cérebro para tratar o Mal de Parkinson. Alguns meses depois, teve que encarar novo procedimento cirúrgico no local por causa de uma hemorragia, causada após uma queda em casa.

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