Cultura – Morre o produtor musical Ayrton Patineti dos Anjos

Ayrton Patineti dos Anjos que morreu neste domingo em Porto Alegre | Foto: Facebook / Reprodução / TV Nativoos

Aos 81 anos, o produtor de mais de 500 gravações de Elis Regina a Luiz Carlos Borges, faleceu em Porto Alegre neste domingo em decorrência de complicações da idade

Quem o conhecia sabia da sua dinâmica e eletricidade. Ayrton Patineti dos Anjos era uma das figuras mais proeminentes do cenário musical porto-alegrense e gaúcho, sendo um dos responsáveis por descobrir a voz e o talento inconfundível de Elis Regina e um dos caras que mais gravou discos de caras da música regional gaúcha. Foram mais de 500 gravações, tanto que ele tinha dois grandes bordões utilizados à exaustão em sua vida e que comprovavam esta verve alucinada de produtor e agitador cultural: “Eu fico louco” e “Eu gravo”. Aos 81 anos, o produtor musical morreu em Porto Alegre neste domingo em decorrência de complicações da idade. O Theatro São Pedro será o local do velório de Ayrton, aberto ao público, nesta segunda-feira, 17 de junho, das 10h às 16h.

Ayrton nasceu em 27 de dezembro de 1941, no Hospital São Francisco, em Porto Alegre, filho de Arfogoceano dos Anjos e Ruth Monteiro da Silva. O local da estreia profissional de Ayrton foi na antiga Casa Masson, uma relojoaria e joalheria do Centro Histórico de Porto Alegre, no final dos anos 1950. Ainda no final dos anos 1950, Patineti teve o seu primeiro programa de rádio na rádio Metrópole. O primeiro emprego na área musical foi no escritório do Sul da gravadora Mocambo. Logo ele recebeu um convite para trabalhar na CBS cuja grande aposta nos anos 1960 era Roberto Carlos que ficou seu amigo e visitou Porto Alegre algumas vezes para divulgação dos seus discos, antes da fama de Rei.

Uma das artistas que mais hipnotizou Patineti foi Elis Regina que ele viu cantando aos 13 anos de idade, por volta de 1958. Ayrton ficou amigo da família, do seu Romeu e de dona Ercy, pai e mãe de Elis. O apelido de Patineti foi dado por Elis Regina, quando eles dançavam em um baile no Teresópolis Tênis Clube, em 1962. Ao ser entrevistada sobre o prêmio de Rainha do Disco Club, que ela havia ganho naquele noite, Elis falou em tom de brincadeira que se sentia como se estivesse “andando de patinete” e aí o apelido do parceiro de dança pegou. Patineti levou a amiga para gravar um disco em 1963 na CBS, que acabou não sendo bem-sucedido.

Em 1975, Patineti assumiu a produção dos discos da Califórnia da Canção Nativa e deste então gravou os principais músicos do gênero, desde Borghettinho a Luiz Carlos Borges, e também foi um dos incentivadores da criação do movimento de Música Popular Gaúcha. Nos últimos anos, Ayrton estava promovendo o Grande Encontro, evento que reúne os principas expoentes da música gaúcha. Foram nove edições, a última delas em novembro de 2023, no Auditório Araújo Vianna, com mais de 80 músicos de destaque do Rio Grande do Sul.

Muitas destas e outras informações da vida de Ayrton Patineti dos Anjos estão registradas na biografia publicada em 2018 pela Plus Editora, “Ayrton Patineti dos Anjos – Lembranças, Sons e Delírios de um Produtor Musical”, escrita pelos jornalistas Márcio Pinheiro e Roger Lerina.

Fonte: Jornal Correio do Povo

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