Até quando isso vai acontecer? Homem negro é ferido com faca, chama PMs e acaba detido

Foto registrada por testemunha do fato mostra Everton sendo conduzido no banco de trás da viatura, enquanto o outro homem, sem camisa, conversa com policiais. Posteriormente, o homem branco também seria algemado. Ele saiu do banco de trás da viatura. Renato Levin Borges / Arquivo Pessoal

Agressor, branco, também foi preso, posteriormente, e ambos acabaram liberados. Brigada Militar abriu sindicância para apurar possibilidade de excessos e suposto racismo na ação de policiais 

Uma discussão num bairro de classe média alta em Porto Alegre viralizou nas redes neste sábado (17) porque um homem agredido com faca chamou a polícia e acabou detido. Ele é o motoboy Everton Henrique Goandete da Silva, 40 anos, que é negro e foi atingido levemente, com a arma branca, por um homem branco, grisalho, com quem teve uma discussão. Nas redes sociais há clamor para que o episódio seja investigado por racismo.

Chamados para intervir, policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar detiveram em flagrante Everton por desacato à autoridade, porque consideraram que ele estava agressivo. O homem que portava a faca também foi detido em flagrante.

Após serem levados para o plantão de uma delegacia da Polícia Civil, ambos acabaram liberados, para responder pelos delitos em liberdade. A Brigada Militar abriu sindicância para apurar o caso.

A discussão aconteceu próximo ao meio-dia na rua Miguel Tostes, bairro Rio Branco.

Conforme moradores , o homem branco grisalho que reside no local e costuma reclamar da aglomeração de motoboys, no outro lado da calçada do seu prédio. O nome dele não foi divulgado pelas autoridades.

Em determinado momento começou uma discussão entre ele e o motoboy Everton. Foi quando o homem grisalho, que estava sem camisa, sacou de uma faca e deu um pontaço no pescoço do motociclista, que sofreu um corte superficial. Colegas do motoboy saíram em ajuda dele e moradores chamaram a BM.

Um soldado da BM pediu para ele não gritar, interpretou a reação do motociclista como desacato e o prendeu, junto a outros dois policiais, enquanto o homem grisalho não era abordado. Everton foi algemado pelos PMs e levado para um camburão.

— Para nossa surpresa, os policiais prenderam o motoboy e só depois foram atrás do agressor. Só porque o motociclista estava um pouco nervoso. Ou será porque ele é negro? Já o homem branco teve oportunidade de se livrar da faca no seu apartamento — reclama uma das testemunhas da ação policial, a psicóloga Marina Medeiros Pombo. Ela é integrante do Conselho Estadual dos Direitos Humanos e vai propor investigação por racismo, relativa aos policiais.

O motoboy e seu agressor foram algemados e conduzidos até a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (da Polícia Civil). Ambos ficaram em celas separadas, fizeram exame de corpo de delito (para constatar ferimentos), prestaram depoimento e foram liberados. Policiais civis que atenderam ao caso e que preferem não se identificar classificaram a ocorrência como “vias de fato” (briga), enquanto os PMs querem acrescentar a isso o “desacato à autoridade”. Os dois delitos são de menor potencial ofensivo e não são passíveis de prisão.

ESTE CASO TEM QUE SER INVESTIGADO COM O RIGOR DA LEI, NÃO PODEMOS E NÃO DEVEMOS NOS DIAS DE HOJE CONVIVER COM ATOS DE RACISMO. O CASO DO SUPERMERCARDO CARREFUR NÃO SERVIU DE LIÇÃO PARA A SOCIEDADE GAÚCHA!!!

A pessoa que leva uma facada não tem o direito de estar nervosa e exigir que o agressor seja preso e algemado?

Fonte GZH

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