Animais Marinhos Azulados, aparecem no litoral norte

Elisabeth Cabral / Arquivo Pessoal

Confira seus nomes, suas características e quais os riscos para os seres humanos

Desconhecidas de grande parte dos veranistas gaúchos, pelo menos cinco espécies de seres marinhos estão sendo encontradas encalhadas na faixa de areia. Na manhã desta quarta-feira (24),  centenas das porpitas porpitas e alguns exemplares das temidas caravelas-portuguesas na praia de Capão da Canoa. Também foram identificadas por pesquisadores a vellela vellela e mais duas espécies de moluscos.

Embora algumas sejam comuns em áreas oceânicas tropicais e subtropicais, a aparição à beira-mar ou até mesmo na areia é rara e acontece por uma convergência de fatores.

— Tem ventos intensos e constantes que vêm do mar e que estão empurrando esses organismos que normalmente vivem na superfície do oceano, flutuando.  Então eles vêm passivamente através da força do vento, sendo direcionados para a costa. A gente tem também uma questão sazonal, um tempo de verão com águas mais quente — explicou a doutora em oceanografia e professora da UFRGS no Litoral Norte, Elisabeth Cabral.

Das cinco espécies, três são classificadas como cnidárias, que é a mesma da água-viva mais comum no litoral gaúcho. Elas possuem células urticantes, que atuam como um arpão para atacar as presas. É dessas células que vem a sensação de queimação quando há um contato com os tentáculos. As outras duas espécies são de moluscos.

Mas, afinal, como identificar e quais os riscos do contato com os animais? A professora adianta que cada uma possui um grau de risco, mas alerta que o contato deve ser sempre evitado.

Confira abaixo cada uma das espécies encontradas:

Cnidárias

Caravelas-portuguesas

O flutuador é a causa do nome, por se assemelhar a uma embarcação de séculos passados.
Anselmo Cunha / Agencia RBS/Reprodução TV Nativoos

É, sem dúvidas, a mais nociva ao ser-humano e pode causar queimaduras de até terceiro grau dependendo da exposição aos tentáculos que podem chegar a 50 metros de comprimento. Em alguns casos, o contato pode gerar até complicações mais graves de saúde, demandando atendimento médico.

Essas caravelas são caracterizadas por possuir um balão, que exerce a função de flutuar e faz com que elas sejam conduzidas pelo vento. É este flutuador também responsável pelo nome caravela-portuguesa, em alusão às embarcações usadas pelos navegadores nos séculos 15 e 16.

Vellela vellela tem células urticantes.Elisabeth Cabral / Arquivo Pessoal/Reprodução TV Nativoos

Assim como as carevelas-portuguesas, a vellela vellela possui um flutuador com formato de veleiro. Também de cor azulada, a espécie é carregada pelo vento. O exemplar da imagem foi encontrado pela professora Elisabeth Cabral em Tramandaí. Como possui células urticantes, o contato com os tentáculos causa queimaduras, embora de gravidade menor do que a caravela inflige.

Porpita Porpita

Porpita é a espécie mais comum no litoral norte do RS.
Anselmo Cunha / Agencia RBS/Reprodução TV Nativoos

possuem numerosos tentáculos curtos. Pelo tamanho, são as que oferecem menor risco ao humano, podendo causar coceira e irritação na pele.

Moluscos

Dragão azul do mar

Ser é pequeno e tem três apêndices de cada lado.Elisabeth Cabral / Arquivo Pessoal/Reprodução TV Nativoos

O nome pode até sugerir um animal de grande porte, mas o Glaucus atlanticus é um ser pequeno e seria de difícil visualização não fosse pelo tom azul metálico que possui. O formato, com três apêndices de cada lado também surpreende. Embora não possua células urticantes, o dragão azul tem uma característica peculiar: ele é um predador das caravelas-portuguesas e consegue absorver e armazenar a toxina de suas presas.

— Durante a alimentação ele ingere o organismo, por exemplo, a caravela-portuguesa, se alimenta dela e utiliza a célula dela em favor dele, para atacar predadores e também para paralisar e consumir outros organismos — explicou Elisabeth.

Janthina Janthina

Coloração azul ajuda a Janthina a se camuflar.Elisabeth Cabral / Arquivo Pessoal/Reprodução TV Nativoos

Esse pequeno molusco possui uma concha em formato espiral de até quatro voltas, com cor que varia do branco para o lilás. Essa coloração ajuda a Janthina a se camuflar dos predadores. Este exemplar da foto foi encontrado pela professora Elisabeth em Tramandaí na segunda-feira (22). Essa é a única das cinco que não apresenta riscos aos banhistas.

O que fazer em caso de acidente

Nestes casos, vale a mesma orientação para acidentes envolvendo as águas-vivas comuns no nosso litoral.

  • Não esfregue o local para não espalhar a toxina
  • Se ainda houver tentáculos na pele, remover com camiseta ou toalha
  • Procure a guarita mais próxima e peça vinagre, que alivia a dor
  • Em caso de sintomas mais graves, como náusea e febre, procure atendimento médico

Fonte: GZH

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